sexta-feira, 30 de julho de 2010

Uma forma de voar


Há algum tempo lancei palavras ao ar. Elas brilhavam infinitamente, tais como purpurinas. Magia única, deixou-me deslumbrada com tal peça, como poderia imaginar que tudo se tornaria assim?
Foi de tal forma que pus-me a escrever meio sem pé, nem cabeça. Com as mãos em fogo, transformando-se em carne viva. Simplesmente vivi meus enredos mesmo que estando muito longe deles ou perto demais para não me enxergar. Sofro com as perdas, com a ansia de não saber se continuarei a escrever, pois cada palavra flui de forma tão involuntária que eu nem percebo o momento que elas surgem em minha mente. E isso tudo é tão ardente quanto o fogo em minhas mãos, e sinto meu coração bater, minha alma congelar e quase que de um salto só eu já não estou mais em mim.
Molho meus olhos calejados de tanto esperarem ao chão, só aí eles compreendem pelo tempo que eu os martirizo deixando-os abertos, dão milhares de efeitos que por muitas vezes eles rejeitam, mas que no fundo eu sei muito bem o que pretendiam dizer:
-Você não está mais aqui, acabou de voar.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Cadeia Alimentar

Um dia nos ajustaremos ao tempo, revigoraremos os sentimentos e talvez estejamos prontos para sermos felizes e humanos.


Nesse top top da ação e reação eu fico pasma com o poder da informação
Com o perder da compreensão
Com o suspiro sobre a breve sensação
Na casa do campo há muito mais amor do que aqui
Se duvidam te entrego uma passagem
Queria eu também poder viver lá
Queria eu?
Aqui só me servem essa ração humana que deixam a todos baratinados
Transformamo-nos em baratas cosméticas, elétricas e sintéticas
Salve os que sobram por que a razão perdeu-se de vez
No vapt- vupt da cadeia alimentar
Eu te como, mas você não me comes
Por que quem pode absorver o melhor é quem não antropofagia ninguém
Duvidas ? Então prove!