Minha profundidade no assunto Huxley é quase zero, já que dele li somente Admirável Mundo Novo. Há meses eu estou (enrolando) lendo - A Situação Humana - que é um apunhalado de conferências que esse escritor fez nas universidades dos Estados Unidos. Eu não sou muito de investigar a vida dos autores por impulsão ou para imaginar que eu posso ser ele, quero ser ele, ou tentar me aparecer, jamais, o que sei eu vou absorvendo aos poucos, até pelo motivo de não querer me estender na vida de outrem e esquecer da minha própria.
Voltando ao assunto que post deve ter, ou seja, o efeito do livro em mim. Devo agradecer a Huxley profundamente, apesar de ser contrária a algumas coisas ditas na obra não é nada que interfira na maestria de suas palavras e na pessoa que ele demonstrou ser. O livro guiou-me perfeitamente, e ainda guia, as mais diversas situações pois é comum esquecer de determinadas ideias coerentes com tanta informação ignorante que nos é empurrada. Os capítulos são ricos e recheados dos mais diversos assuntos que vão desde o destino da humanidade como a origem da mesma. Ele era um homem sábio e convicto de suas ideias, ou seja, convicto de que não poderia estreitar-se em um conhecimento apenas, afinal, isso é um suicídio para uma existência, viver focado em apenas uma coisa e reter somente aquele conhecimento.
No dia-a-dia somos levados a nos aprimorar cada vez mais e deteriorar outras habilidades agradáveis que poderíamos ter e usufruir fazendo com que nos tornemos extremamente limitados. Eu sou contrária a essa experiência que fazem conosco. Podemos aprender o que quisermos em qualquer área, é somente ter força de vontade. Quem disser que não consegue ou não pode,desculpe, mas para mim não passa de um covarde ou um fraco, pois a dimensão humana para realizar as coisas é imensa e aprender é questão de atitude. Se sabemos mais sobre determinado feito é pelo simples e mero detalhe de que fomos guiados a aprender aquilo desde nossa infância, mas podemos começar qualquer outra coisa a partir do agora.
Segue um trecho que eu achei maravilhoso:
"Passemos agora da moral à politica. Aqui, vemos imediatamente que a maioria das pessoas envolvidas na corrida armamentista consideram utópica qualquer outra alternativa. Mas, afinal de contas,não estarão elas sendo um pouco utopistas? Uma política que todos admitem que é uma política para uma destruição total não será utópica? Todos se dizem realistas, mas eu diria que são realistas utopistas. São realistas quanto aos meios que empregam - nada mais realista como abordam o problema da arma absoluta e de como empregá-la - mas nada poderia ser menos realistas do que os fins propostos, porque não há em vista senão o fim da raça humana. Por outro lado, o idealista utopista vive na estratosfera, implora a todos que sejam bonzinhos e ajuizados, mas não oferece um método prático de implantar essas boas ações. O que precisamos é de uma espécie de idealismo realista, ou realismo idealista, que ofereça alguma proposição sensata e torne possível transferir o conflito a outro nível, que não envolverá tantos horrores."
Aldous Huxley - A situação humana - Parte da conferência: Gerra e Nacionalismo.
A obra foi escrita no clima tenso de Guerra Fria e, por todo o seu teor e alusão a prioridade ao real conhecimento, não podemos negar que nossas vidas ainda encontram-se entrelaçadas e sempre estarão entrelaçadas ao passado. Há inúmeras coisas que o homem vive, mas não aprende e, pior ainda, persiste no erro de forma autoritária possuindo brilho nos olhos como se fosse mister em algo. Certas coisas não passam de bizarrices.
7 de dezembro de 2011
P.S.: Quando estiver com mais imaginação farei um post com o meme que a Aline do Crônicas de Alien me indicou. Achei muito legal as palavras que ela utilizou para fazer referência ao meu blog (obrigada ;} ), mas eu o acho mais louco que pirapora (faz sentido?). Não sintam-se intimidados, afinal, nem eu nem esse espaço somos tão cheios de regras - I think.