quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Perdida em sonhos

Meus pensamentos não pertencem a este mundo. Estou presa a um passado irreal, um misto de fantasia e desejo. Perco-me nos sonhos, percebo que estou perfeitamente humana neles, quanto tempo tudo isso permanecerá assim? Uma vida triste onde eu não posso te encontrar, nem sei a que me segurar.
Sinto tua falta, quero sua respiração junto a mim meu eterno amado. Envolvo-me com as músicas que permitem essa leve sublimação. Onde será que se encontra minha razão? Sinto amor por algo que nunca toquei realmente, pobre criança sem seu doce, estou presa a um labirinto surreal. Almejo saber se aquilo não passou de uma mera ilusão, algo que realmente vivi, não há mais nada. Ficarei contando os dias, olhando as estrelas, sentindo meu coração apertar a cada vez que me lembro de tu dizendo que iremos ser felizes.
Meu doce amor, não há nada mais fascinante que a tua presença. Encho-me de alegrias, resplandeço felicidade quando te vejo, pois somente tu sabes me tirar deste mundo. Por mais que choremos, independente de tudo que iremos passar, sei que estaremos juntos ao final. Minha leve ilusão de ser feliz. Busco somente em teus braços um recanto para toda a vida, buscarei todas as formas possíveis para ficar perto de ti. Estamos perdidos em mundo diferentes. Infeliz destino.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Banqueiro

Em uma noite fria e nublada Ramon seguia sua partida em busca de novas terras, ele um jovem de 24 anos membro de uma das famílias mais nobres da Espanha, estava falido como outros amigos companheiros de aventuras. Vivendo sempre no luxo aproveitando o que havia de melhor, encontrava-se perdido por tantas dívidas que contraíra, vira morrer algum de seus colegas devido a contratos não pagos, temendo sua morte, Ramon decidiu viajar em busca de chances para recuperar sua fortuna. Não era uma tarefa fácil, ele sabia muito bem, mas nada é impossível principalmente para a mente de um jovem. Levando algumas provisões, um pouco de moedas que ainda lhe restava e seu fiel companheiro Martins, seguiu montado em Artes, um dos poucos cavalos que lhe restára, porém o melhor.
Já haviam passado 3 dias e duas noites cavalgando com quase nada de descanço, desejavam ir até a França, pois lá possuía a família materna e uma de suas tias sabendo da sua situação resolveu ajudar. A tia morava na cidade, Anne era o seu nome, não possuía o feudo imenso que o seu pai possuíra, era uma senhora de meia idade, não havia se casado e ficou com o pouco da fortuna que restou do seu avô após o falecimento do mesmo.
Ramon chegou na casa da tia totalmente exausto e faminto na casa da tia, e Martins não ficava pra trás. Anne correu para ajudá-los, chamando e ordenando comandos a algumas de suas criadas.
- Queridos venham, estão muito cansados ! - disse ela olhando para a péssima aparência de ramon -Anastácia, leve-os contigo e chame as outras meninas para auxiliá-la!
Depois de todos os cuidados eles foram levados aos aposentos, só acordaram no outro dia já recuperados da longa jornada.
Ramon levantou-se mais tarde do que o de costume, não se lembrava de muita coisa, pois havia muito tempo que havia ido na casa de Anne. Abriu a porta e olhou para os lados para ver quem aparecia, apesar de não ter se casado, sua tia soube muito bem contornar toda a situação, e contruiu algumas coisas, aumentando a sua riqueza. Morava na cidade pois facilitava os negócios, já que não precisaria deslocar-se constantemente.
- Ramon ?! - Era Martins.
- Olá, que horas são?
- Meio dia, sua tia te espera, quer conversar logo sobre os negócios.
Ele ficou um pouco espantado, pois achou que a tia fosse demorar um pouco para tocar no assunto, voltando-se para Martins disse para esperá-lo, pois imediatamente estaria pronto.
-Vamos?
-Sim.
A casa era realmente interessante, até então ele não sabia o que sua tia queria, tinha apenas a noção de que era uma boa oferta. Martins o guiou até o escritório onde Anne se encontrava. Apesar da idade era ainda uma mulher muito atraente, Ramon não entendia o motivo de não ter se casado e parecendo adivinhar o seu pensamento completou.
- A falta de princípios e regras para com o casamento e a vida, foi um dos motivos pelo qual evitei me casar. E olha só, hoje vários homens que duvidaram da minha habilidade com os negócios estão querendo auxílio, mas não é de forma fácil que irei lhes ajudar. E é aí que você entra.
Ramon apesar de não compreender perfeitamente a meta da sua tia, começou a se interessar com a oportunidade.
- Há muitos comerciantes falidos que vem pedir empréstimos, porém nem todos conseguem pagar, e acabam perdendo alguns bens que contabilizados valem o mesmo ou até mais do que eles pediram. Sua função daqui por diante será essa, como já estou cansada e alguns deles fogem tu se encarregarar de cobrir a oferta, mandar homens buscá-los ou até mesmo tu, e trazer de volta os bens, 30% será seu.
A tia percebeu o brilho nos olhos do sobrinho, e sabia que ele gostara do trato.
-De acordo?- disse Anne estendendo a mão.
- Sim- pensou por alguns instantes e continuou- 30 % não é pouco minha tia?- Indagou o jovem rapaz.
Com um leve sorriso nos lábios a tia respondeu.
- Tu não sabes de quanto estamos falando meu querido, por tanto eu aceitaria de bom agrado esse cargo, até por que tu não tem nada a perder.
Estendendo a mão Ramon aceitou a proposta. A tia lhe deu as primeiras coordenadas e o jovem saiu da sala com ar triunfante. Martins o esperava na porta da sala.
- Vamos parceiro, temos muito o que fazer.
E Martins seguiu atrás deles tentando acompanhar os teus passos.
Continua . . .

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A boneca e o enterro.

Fechem as cortinas, a boneca acaba de ser jogada ao chão, seus pedaços espalhados entre os outros personagens. A platéia presencia aquilo de forma horrorizada, mas ninguém se move, todos permanecem parados, com a expressão de dor. A vassoura logo surge varrendo os cacos e levando para um dos lixeiros, que se aterroriza com a fria despedida, não era para ser assim, porém o que fazer ?
Amanhã não haverá espetáculo, um ou dois dias de luto para a boneca e tudo voltará ao normal. Os pássaros não aparecerão, o vento se calará, o sol adormecerá e tudo se voltará para o mais intenso luto. As orquídeas se jogarão no caixão e desejarão serem enterradas com a boneca. Triste dia para o espetáculo, o diretor lamenta, mas sabe que irá ter que prosseguir. Todos irão declarar tristeza, derramarão chá na grama, quebrarão as xícaras nas paredes, rasgarão os roteiros, e logo refazem a maquiagem. O sol sairá do luto, a natureza voltará ao normal e tudo estará na mais perfeita ordem para as cortinas abrirem novamente.