segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Palavras...

Hoje eu não mais suplico por amores, já não mais insisto nesse desejo. Não renego a minha vida, isso com certeza não. Deixo meu silêncio para as tristezas que sopram em meu peito, minhas lágrimas noturnas, minhas noites perdidas.
Vejo uma grande luz para mim, sempre há mais de um caminho, as pessoas quebram uns aos outros sem medirem esforços, mas contemos fibras, não fazemos fotossíntese mas temos o sol para nos iluminar.
Quão desperdício de tempo sem motivo, tudo poderia ser diferente, não é mesmo? Tu sabes quantas vezes eu não desejei ter nascido? Sabe quantas fezes eu quis morrer para talvez tentar livrar você desse fardo? Dizem para ser forte, que eu não posso me importar com problemas tolos, mas isso não afeta só a mim, e o problema não surgiu de uma hora para outra, per pendura há anos. Poucas palavras de afeto, poucos abraços, a eterna falta.
Nada do que eu faço é algo agradável, nada do que os outros fazem por ti é algo proveitoso. Como alguém pode aguentar isso tudo? Para que calar ? Para que fingir? Para que ?
Eu só quero partir, para longe de ti . Algum dia você irá me pedir desculpas, talvez.
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Angústias e Sonhos
Condene-me por ser fraca
Incapaz de esquecer essa marca
Triste ilusão de uma vida
Perco as esperanças com os dias
Adeus meu mundo estampado em flores
Suspiram orquídeas entre amores
Corram para suas mães
Corram antes que apareçam os cães
São fantasmas que circulam a cidade
Pessoas sem a mínima necessidade
Estão sempre a nos consumir
Constroem castelos para depois destruir
Largue tudo aquilo que te prende
Não destrua o que você sente
Partirei antes que me destruam
Siga a sua vida antes que ela suma
Ame
Amarei
Cante
Cantarei
Viva
Viverei
Para que no fim
Depois de um novo começo
Sua estrada não se repita
Antes que eles me alcancem
Eles não irão conseguir
Eu serei livre
Será!
Adeus.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Partida

Não rogue pragas as comunidades alheias
Sinta a tentação forasteira
Corte as maçãs que insistem em cair
Diga tudo o que sente antes de partir

Mesmo que seja mentira
Mesmo que seja mentira
Mesmo que seja mentira
Mesmo que tenha verdade

Junte todas as suas vestes
Livre-se daquele enfermo que te persegue
Conte para os mais altivos sua situação
Avise aos seus amigos o que há dentro do cartão

Eles ficaram mais preparados
Eles estão mais preparados
Eles se sentem preparados
Eles se perdem em lágrimas

Onde está tudo que tu sonhou?
Cadê as respostas que a cartomante lhe contou?
Não perca tempo com previsões
Parta antes que eles fechem os portões

Estaremos aqui
Ficaremos aqui
Sentiremos aqui
Morreremos aqui

Só quero que tu viva
Transmita idéias positivas
Fuja antes que eles encontrem
Hoje já não é mais ontem

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Acidente

Era uma noite de sábado, tudo parecia perfeitamente normal para mim, para qualquer um. Estávamos tão alegres, desfrutando de momentos preciosos, a nossa brilhante juventude. Já se passaram 10 anos depois do acidente na avenida Prado Cruz e ainda recordo dele me empurrando e gritando, afirmando que me amava, foi tudo tão rápido, nem sei como começar a contar direito, ainda me sinto fragilizada com aquele acidente. Estávamos comemorando o seu aniversário, Antônio tinha 20 anos e eu possuia 19, havia dois anos que namorávamos. Começamos a nos divertir como na maioria das festas que participávamos, ele sempre foi um ótimo namorado, sempre romântico, querido entre os amigos. E para mim, ele significava mais que um relacionamento, era parte do meu ser.
Depois de passada a noite ele resolveu me levar até em casa, nos encontrávamos embriagados, definitivamente não era uma boa condição, por uma besteira as pessoas perdem a vida, mas prosseguimos aquela "aventura" ele não tinha direção do que estava fazendo e eu sorrindo, sorrindo, começamos a trocar palavras carinhosas, fazer brincadeiras. Quando ele olha para a frente enxerga algo vindo em nossa direção, disse que me amava e empurrou-me do carro. Foi uma tragédia.
Já não sei mais qual é o significado da vida depois dele, já tentei me suicidar várias vezes, faço uma série de tratamentos, a situação está um pouco mais calma agora, estive internada durante um bom tempo.
Só quando acontece alguma tragédia, entendemos o que a diferença entre aproveitar a vida e viver descontroladamente.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sobre o amor e o bem estar

O ser humano nas suas mais diversas formas, ideologias e contrastes convive em harmonia. O que será esse sentimento que apesar de ser inatingível nos promove profundo prazer mesmo quando não estamos sendo correspondidos completamente, ou pelo simples fato de ter uma mera brecha ele nos transforma de diversas formas, as mais surreais possíveis, onde nos encontramos sem a mínima razão, e talvez sem o mínimo pudor.
Por muito tempo se vem buscando a fórmula da juventude, da felicidade e de coisas que nos comprove o quanto estamos fazendo tudo certo, porém nada é definitivamente concreto, precisamos sempre de uma dosagem de entraves para tecnicamente amadurecer e perceber o quanto uma queda vale, mas aproveitar satisfatoriamente uma situação angustiante com 100% de sucesso é uma tarefa árdua.
Com o tempo passamos a nos acostumar com aquilo que nos trás uma porção de bem estar, e viver bem requer muito labor. Encontramos-nos em uma situação muito complicada diante de uma sociedade que nos frustra a cada momento com os atos mais banais possíveis. Há de ter um motivo pelo qual estamos vivos, mas afinal será essa coisa tão preciosa e que tentamos conquistar o amor? Sim! Ele, o famoso amor. Não simplesmente o amor conjugal, e sim aquele que sentimos pelos acontecimentos mais incompreensíveis pelos outros e que por ventura transformasse em uma felicidade incomparável e tudo tornasse um só.
Que ciclo de vida mais confuso, que santo ciclo confuso...
Principalmente quando trocamos algo concreto por algo passageiro. Mas para que? Por quê? Como?
Brigas, controvérsias, mentiras e adultérios esses são um dos principais ingredientes para o desgaste emocional e psicológico de um relacionamento. Como a maioria deles hoje em dia não dura nem uma semana, passamos a não nos preocupar com critérios básicos, que talvez tivéssemos quando éramos mais jovens ou não, talvez o amadurecimento nos ajude a mudar nossas concepções que antigamente eram desprovidas de amor, mas enfim tudo um dia muda, para melhor ou pior, mas que pode completar uma criatura, ou não.
O homem. Já conheci e vi criaturas dos mais diversos jeitos, creio que todos nós, só que com uma análise mais profunda, percebemos algo semelhante em todos os casos: a auto-afirmação. Necessitam sentirem superiores em qualquer coisa, nem que para isso essa superação esteja na maior distância da linha.
Voltando um pouco para o meu mundo, que apesar de restrito é um tanto complexo, pois não podemos tirar a complexidade da coisa mais insignificante. Não vejo amor na maior parte relacionamentos, sejam eles longos, curtos, não vejo, ou talvez até exista, mas eu não consigo ver aquilo como amor, e sim como uma dependência mútua, não sei se o que eu creio enxergar é o certo, mas talvez seja fato. É ridículo. E quando vemos, algum casal que realmente se gosta inventam as desculpas mais mirabolantes para romper o compromisso por algum medo ingênuo. Cadê a tal força do amor? Como poderemos mover montanhas com tamanha falta de cumplicidade?
Falta tanta coisa, o ser humano se torna vazio por tão pouco que dá desgosto.