terça-feira, 24 de maio de 2011

Um dia de domingo.




Suspiros entraram pela janela naquela tarde, a brisa era uma dádiva para compensar a temperatura, ela encontrava-se perfeitamente anestesiada com o calor daquele dia. O suor surgia em cada poro de sua pele fazendo-a lembrar dos momentos felizes que passava na infância brincando na beirada da piscina, 'época boa' - lembrava-se, não havia pudores com relação ao seu corpo que outrora era completamente reto e desprovido de outras coisas que surgiam, 'antes ele agradava muito mais', pensou.
Ficava olhando o movimento do domingo- assistia senhoras voltando, crianças indo-, nada fora do lugar. Sentindo-se uma completa espiã munida de um perfeito esconderijo, onde não havia ninguém que pudesse perceber seus olhares, e muito menos imaginar seus pensamentos.
Os cabelos embaraçados pela sutil despreocupação começam a voar, o calor mostra o real motivo para a sua existência, cortinas são levantadas, quadros caem na sala, vasos são derrubados... É hora de fechar as janelas- sua mãe avisa,... Mesmo vendo que já seria necessário segue tais ordens como se não tivesse escutado. Tranca-se em seu quarto e em seu silêncio, escutando as gotas de chuva no vidro resolve inventar outras maneiras de encarar a sua rotina.

Um comentário:

Maíra K. disse...

Dias escuros e chuvosos, não são dias criados para enfrentar a rotina. E pense nisso numa segunda-feira, aumenta o desespero, rs.

Beijos!