Sua tosse ecoava naquele
pequeno quarto com paredes amarelas. A vontade de colocar para fora todos os órgãos
e lavá-los em água corrente para, talvez assim, fazer com que esse incomodo
passasse era imensa. Tossia parecendo um cachorro ou gato indefeso buscando
alguma ajuda e clamando por atenção. Silêncio. Somente o som de uma doente que
provavelmente não morreria, mas, que além de estragar com o seu próprio sono,
atrapalhava o dos vizinhos.
Levantou-se meio que cambaleando
do seu colchão velho procurando por algo que pudesse aliviar. Tocando em todos
os locais daquele cômodo sentiu a perna dele. Lembrou-se de como haviam chegado
efusivos naquela noite, porém, o coitado apagou direto. Nem deu boa noite. E
agora estava lá espatifado sem notar os pequenos tormentos da dona daquele
quarto.
Encontrou algumas cartelas de
comprimidos que as propagandas estimulam a comprar, mas, que ninguém vê
resultado algum. Talvez aquele placebo funcionasse para algo, pensou. Tomou o remédio junto com a água que sempre deixa em sem quarto. Procurou repousar. Olhou novamente
para o rapaz através da pouca iluminação que aquele local recebia do ambiente exterior.
Não o imaginava tão sereno. Talvez nem recordasse do seu nome, mas, até lá
seria um novo dia. Novos pequenos
problemas. E, naquele momento, esperava apenas que aquela tosse fosse embora.
4 comentários:
Simplesmente LINDO o texto. Aliás, minha primeira visita ao blog e estou encantada.
Parabéns pelas lindas palavras. É muito gostoso saber que ainda conseguimos encontrar pela internet pessoas que tem o mesmo gosto pela escrita.
Um abraço, Michelle
www.sobreoinsolito.com
Muito bom o texto, gosto de contos! Seu blog é caprichado... Obrigada pela visita ao meu, seja sempre bem vinda!
bjooos
Adorei o texto, e olhe que não sou muito fã de contos. Mas adooorei, de verdade!
Primeira vez que vim aqui e gostei bastante do blog, já estou seguindo, viu?
Beijoo!
Que texto lindo, flor você escreve muito bem
beijos
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