sábado, 23 de julho de 2011

Arquivo

Entraram na sala onde estavam guardados os documentos.

- Muito cuidado com esses, pois com três ou quatro anos já ficam amarelados.

- Nossa! Três ou Quatro... E isso é muito tempo ?

...
...
...

- Talvez.

E saíram da sala.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Pequenos textos misturados

Poeminha de Amor


O que é o amor e o seus defeitos?

Que me faz ser assim tão sem jeito

E deixa apenas essa vontade louca

De querer rodar, e rodar...

Quando suspiros de tristeza aparecem

Fazendo-me querer resgatar

A calma que me fortalece

Na ânsia de ver a tempestade passar



Versinho da ilusão


Miudinha tal como um botão

Aos poucos tentei largar a ilusão

Agarrei-me ao que era azar

Julgando me encontrar



Algum Lembrete.


Tão pequena, fraca e incontida emocionalmente fui.... Por situações que só sobreviveriam com a calma. Corrompi a mim mesma perturbando o ciclo da minha sina, e quando você percebe no que ficou trancada, é mais que um assombro, é apenas a serenidade chegando para mostrar que tudo pode ser reinventado e escrito novamente.



Bilhete à Bolha.

Querida bolha na qual estava presa,

Desejo imensamente que vá com sua falsa proteção e sua casca ingrata p’ra bem longe. Tu já não serve. Quero que minha pele seja a casca e que minha vida seja o pó. Já sou cega demais sem a sua proteção, desisto de mais ilusões.

Agradecida, Sua cobaia.


A vida dói, mas o que mais dói é não viver.



terça-feira, 19 de julho de 2011

Livros!

Ultimamente o meu rendimento com relação a leitura está fraco, tanto que faz umas duas semanas que não termino um... Na verdade, fugindo da maioria das pessoas, eu leio com mais facilidade livros digitalizados, e como eu decidi abrir todas as folhas que estão me chamando fazem um bom tempo, resolvi deixar o computador para essa finalidade de lado, já que continuar aqui é sinônimo de atraso na certa. Para ajudar na minha motivação irei fazer um post sobre os coitadinhos, mas, nada de resenhas da minha autoria, até pelo motivo de não ter terminado, colocarei a sinopse deles.

Sinopse - A Situação Humana - Aldous Huxley
Em 1959, Aldous Huxley proferiu uma série de conferências na Universidade da Califórnia, que foram excepcionais por sua visão e vasta erudição.O tema de Huxley foi o relacionamento do Homem com seu planeta e ele abordou questões que se
tornaram - comoanteviu - cruciais para a sobrevivência da civilização.Estes ensaios foram agora reunidos para a publicação e nos fazem relembrar não só a grandeza intelectual de Huxley, seu profundo conhecimento de Literatura, Ciência e Filosofia, como também a extraordinária clareza e perspicácia de seu pensamento.







Sinopse - O Morro Dos Ventos Uivantes - Emily Brontë
Na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes nasce uma paixão devastadora entre Heathcliff e Catherine, amigos de infância e cruelmente separados pelo destino. Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido que deixará rastros de ira e vingança. "Meu amor por Heathcliff é como uma rocha eterna. Eu sou Heathcliff", diz a apaixonada Cathy. O único romance escrito por Emily Brontë e uma das histórias de amor mais belas de todos os tempos, O morro dos ventos uivantes é um clássico da literatura inglesa e tornou-se o livro favorito de milhares de pessoas.










Sinopse - Os Vagabundos Iluminados - Jack Kerouac
"A vida é linda, e poucos conseguem colocar no papel todo seu sabor e maravilhamento e tristeza e humor de um jeito mais interessante que Kerouac"

Luther Nichols, San Francisco Examiner

Considerado por muitos especialistas e fãs da literatura beat como o melhor romance de Jack "On the road" Kerouac, Os vagabundos iluminados (The dharma bums) conta a história de uma busca pela verdade e pela iluminação. O protagonista, Ray Smith, é um aspirante a escritor de San Francisco que anseia por algo mais na vida. Esse algo mais será apresentado a ele por Japhy Rider – um jovem zen-budista adepto do montanhismo que vive com um mínimo de dinheiro, alheio à sociedade de consumo norte-americana.Em meio a festas, bebedeiras, garotas, jam sessions, saraus poéticos, orgias zen-budistas e viagens, Os vagabundos iluminados – lançado nos Estados Unidos em 1958, apenas um ano após o estouro de On the road, e somente agora publicado no Brasil – é, sem dúvida alguma, uma obra à altura da sua irmã mais famosa. O estilo turbinado, superadjetivado e livre de Kerouac exala doses nunca vistas de humor, sabedoria e contagiante gosto pela vida. Temos aqui uma geração beat mais beatífica, mais otimista e mais tranqüila. Em suma: mais iluminada.


Beijocas ;*

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mudança de Rota

Estou em uma espécie de repaginada espiritual, mas não tem nada como mudar de religião, é na tentativa de me completar de verdade. Estou analisando mais as coisas de forma seleta e provando algumas novas, pois chega um momento que aquela música não passa de mais um fiasco e por mais que o instrumental seja bom a letra não compensa ou vice versa. Filmes, por exemplo, às vezes da primeira vez eu acho brilhante tudo o que ocorre nele, mas, como o tempo, ele passa a ficar mais opaco que esmalte fosco, então, talvez tenha sido somente as cores dele que foram muito atrativas no início, ou sei lá. Estou com uma imensa vontade de reler alguns livros, mas confesso que me encontro meio afoita nessa parte e acabo não fazendo muito, já que não sou a senhorita organização. As emoções mudam, sentimentos e derivados também e tudo aquilo que me compõe tem que ir me acompanhando de acordo com essas passagens ou então eu já não encontro um sentido, já que é como está vivendo sem viver... Costumo imaginar tudo isso como algo etéreo, é melhor que ser pedra. Existe muita coisa ruim por aí e , infelizmente, convivemos a maior parte do nosso tempo com elas, essa concepção pode vir com o tempo, então, é bem melhor está atrelado a algo que você ame, o arrependimento vai ser menor depois, pois, mesmo que esse sentimento mude, você sabe que ele existiu.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Como eu me sinto, penso e derivados.


O blog é um espaço aberto para os indivíduos falarem o que bem quiserem, o meu, até certo ponto, é bem pessoal, até pelo motivo de que colocar minhas poesias, coisa que eu tenho extrema timidez em fazer pessoalmente, talvez eu me sinta uma super ninja na internet. Existem certas coisas que não dá para comentar e outras pelo motivo de eu ter vergonha, não conto, esse sentimento vive me atormentando, até pelo fato de ser uma pessoa que muda de humor um pouco fácil e depois fico com o pé atrás sobre inúmeras coisas que eu fiz, disse e até mesmo deixei de fazer. Atitudes no cotidiano que passam totalmente despercebidas por mim, realmente eu não lembro, mas que as pessoas ficam chateadas. Piso onde não deve! Explodo, sou ignorante momentaneamente e imediatamente aquilo some como se nada tivesse acontecido, a personalidade muda com facilidade. Por ser desse jeito, minhas relações pessoais , não sei se por conta disso, não vão muito adiante. Um outro ponto é que eu talvez não me dê tanto como amiga, não seja uma pessoa 100% presente, e por isso eu já evito proximidade em demasia, sei que seria uma coisa falha e poderia ferir o sentimento alheio, eu detesto isso. Mesmo não sendo 100%, às vezes eu não estou 100% e comento coisas, mesmo que banais, para outros indivíduos e fico remoendo o que eu disse, aí novamente vem a vergonha, por ter comentado. Eu não sei como funciona as relações pessoais de outras pessoas se rola disso, se tem gente que releva, sei lá... Mas acaba acontecendo. Eu reclamo de coisas sem necessidade, me estresso sem necessidade, comento coisas para pessoas que não possuem interesse. Tenho que ficar me policiando, medindo tudo para não errar, ou pelo menos evitar o sentimento de erro, mas eu erro, acabo errando, pisando na bola inúmeras vezes e piora tudo na TPM.
Eu não observo muito os defeitos alheios, tudo o que eu acabo tendo de analise mais profunda são impressões de outras pessoas, e quando eu chego a conclusão de algo é o aspecto mais superficial que até minha prima de 8 anos percebe.
Creio que seja uma pessoa legal, porém imatura para um indivíduo da minha idade.
Agora me retiro do divã. Beijocas.

domingo, 10 de julho de 2011

Desafio literário

Respondendo as perguntinhas do desafio que chegou através do : Dois e Meio. Fico agradecida pela preferência! Agora vou me sentir uma pessoa ilustre *cof cof*

1 - Existe um livro que você leria e releria várias vezes?
R: Sim. No momento exitem vários que eu gostaria de refazer a leitura, porém o primordial é : A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón . Recomendo completamente para quem ainda não teve a oportunidade!


2- Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?

R: Hum... Meu nome é vermelho - Orhan Pamuk, o livro não é chato, é muito bom por sinal.! Nem entendo o motivo pelo qual ainda não terminei... Ainda faltam 100 pag creio eu... Daqui pro final do ano, quem sabe? Desde 2009 estou nessa saga xD Conto mesmo! Que é p'ra ver se tomo vergonha na cara! kkkkkkkkkk


3 - Se você escolhesse um livro para ler para o resto da sua vida, qual seria ele?

R: Perguntinha complicada, viu? Acredito que seria Sobre a brevidade da vida- Sêneca, usaria como um tapa na cara quando tivesse em alguma crise de baixo astral do tipo : 'tudo de ruim acontece comigo, ninguém me ama'... Às vezes ela chega... xD


4- Que livro você gostaria de ter lido, mas que, por algum motivo, nunca leu?
R: Todos os livros de Dostoiévski... Já li alguns, mas algum dia lerei todos, acho magnífica a obra dele, quase admiração!

5 - Qual livro que você leu cuja "cena final" você jamais conseguiu esquecer?
R: Grandes Esperanças - Dickens.

6 - Você tinha o hábito de ler quando criança? Se lia, qual tipo de leitura?
R: Gostava de ler 'Contos de Fadas' como Cinderela, Branca de Neve, Rapunzel... Revista em quadrinhos, Poesias, Contos e Livros infantis de escritores diversos.

7 - Qual o livro que você achou chato, mas ainda assim o leu até o final?
R: A viuvinha - José de Alencar...

8 - Indique alguns dos seus livros favoritos.
R: Indico todos os que eu citei menos, claro, A viuvinha. Também recomendo Madame Bovary, A revolução dos Bichos, O guia do mochileiro das Galáxias e A garota dos pés de Vidro.



Repasso o desafio para:

Espero que tenham gostado. Beijos e uma boa leitura!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Marcha pela Educação no Brasil

IMPORTANTE!

São tantas coisas necessárias nessa nação que por vezes o essencial acaba sendo esquecido. A defasagem na educação brasileira não é algo recente, por mais que algum colégio seja reformado, ainda é muito pouco para o que se necessita, e o que é que fazem com relação a isso? Basicamente nada. A sociedade permanece muda e aceitando qualquer tolice que nos fazem digerir. É hora de dar um basta para essa negação que se encontra entranhada em nossa cultura. Educação não é algo superficial! Vamos mostrar que queremos mudanças reais em todos os eixos e a base dela encontra-se mais que na nossa frente !

MOVIMENTE-SE!

- Escolas do Brasil têm 3ª pior taxa de computador por aluno;
- O Brasil manteve a mesma posição do ano passado e ficou no 88º lugar de 127 no ranking de educação feito pela Unesco;


EDUCAÇÃO DEVE SER PARA TODOS!




Divulguem!!!!!!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Além do Conforto


É mais um dia nubloso e acho que se eu continuar aqui no telhado não afetará em nada a rotina dele, nem a minha, já que a minha senhora ainda continua com o tricô diário... Ai, ai,... Acho que irei lamber um pouco mais meus pelos e me espreguiçar novamente. Toda vez que a chuva chega antes dos garotos entrarem em casa eu vejo uma cena engraçada, pois adoro quando aquelas mulheres e homens saindo de seus territórios gritando o nome de seus filhotes. E ainda se acham espertos...

Segundo o rádio a chuva seria muito forte, acho que minha dona vai gostar de me ter um bom tempo por perto... É pensando e acontecendo! Eu não disse? Já ouço chamar meu nome... Tenho que sair deste local. É tão delicioso andar pelo telhado... Uma sensação única, essa inclinação, é uma tarefa extremamente cuidadosa, pulando de um lado, descendo de outro e a janela já está aberta me esperando. Os pássaros voam para longe, queria poder saber o que há por lá.

Eu disse que não gosto de ver você andando pelo telhado! Vai que encontra algum perigo por lá? Você bem sabe que me da uma dor imensa no peito só de imaginar ver sua imagem desfigurada no chão... Mas essas coisas não dão para evitar por muito tempo, até você, algum dia, deverá se acostumar com minha ausência. Bom... Hoje seu leite vai ser do jeito que você gosta, morninho, que é para acompanhar o clima. Sabia que disseram que a chuva vai ser muito forte hoje? Ainda bem que você me escutou logo, pois eu já teria que fechar imediatamente as janelas, tragédias podem acontecer a qualquer instante. Ah! Você quer mais leite? Deixa eu por mais um pouco.

Fui direto à tigela, ela havia acertado completamente, adoro o leite naquela temperatura. Bem... Já era de se esperar a chuva forte, ando notando muito bem o gesto diferente dos pássaros, apesar de não entender com perfeição como isso ocorre. Minha dona é uma senhora muito boa, ela é solitária, e posso até entender o motivo, pois, vendo o comportamento dos outros animais humanos eu também ficaria reclusa de tal maneira. Adoro minha almofadinha, ela é amarela e tem um bordado branco com as minhas iniciais G. G. ( Gata Gigi), eu adoro o meu nome, principalmente pelo fato dele ter surgido de um filme que minha dona gosta. É tão bom ficar deitada na almofada em dias como esse, ajuda a esquecer um pouco a vontade de saber o que há atrás da rua.

Hoje chegou minha nova revista de palavras cruzadas, Gigi. Ainda bem que o carteiro não amassou o envelope como a do mês passado, aquilo me deixou profundamente triste, pois é como se a outra pessoa não gostasse do que faz ou não se importasse com o que a outra pensa, pois se você está em um emprego deve fazê-lo com primazia, era o que meu pai falava.

A senhora Carmem tinha 75 anos, morava sozinha, os filhos não apareciam, muito menos os netos. Ela dizia que eles tomaram chá de sumiço, eu nunca encontrei esse chá na prateleira dela. “Hoje em dia é assim, só os animais são verdadeiros amigos.” Ela completava. Eu me sentia extremamente grata por tal comentário, dava vontade de pedir outra tigela de leite, mas eu procurava não exceder, afinal, ela era apenas uma senhora que precisava de mim.

Algumas coisas você aprende com o tempo. Certo dia no telhado eu estava brincando com uma borboleta que muito me importunava, mas, infelizmente, acabei me desequilibrando e derrubando alguns jarros de flores da prateleira, não aconteceu nada comigo, evidente, mas aqueles seres verdes estavam todos no chão. Foi uma das vezes que eu vi a senhora Carmem chorar por algo que eu fiz, e percebi que ali eram muito mais que flores paradas, eram as flores da dona Carmem. Passei o dia entre as pernas dela tentando alegrá-la, até que ela me pôs no colo e com um abraço disse que colocaria leite, já estava tudo bem.

A casa não era muito grande, o quintal parecia ser maior, havia muitos quadros na parede, tinha uns que pareciam com um lugar que chamavam de praia, sei disso, pois aparecia em novelas que ela assistia. Gostaria de saber como é lá, o que se passa, qual seria o som...

Eu gostava muito de dormir atrás do sofá, mas era proibido, já que poderia ter algum acidente com a tomada que tinha na parede. Eu durmo na poltrona bege, que não deixa de ser confortável também. Muitas vezes bate um tédio dessa vida,... Dizem que é fácil, que queriam ser eu, mas não é. Vejo muitos gatos gritando, correndo,... Pássaros voando e conhecendo outros lugares,...

Eu gostaria de poder entender a vida, Gigi, mas creio que isso todos queriam entender. A melhor forma que eu vejo de escapar disso é assistindo tv e escutando música, sei que você ainda gosta, não adianta fugir como se estivesse cansada dos meus discos. Acho essa coisa de tecnologia muito absurda, nunca me acostumei com os cd’s, e em pensar que o Carlinhos da última vez que esteve aqui me implorou para aceitar aquele aparelho, e eu lá sou doida de vender meus discos? “Jamais! Prefiro perder a amizade que a dignidade.” Ainda lembro das minhas palavras no dia, e já faz tanto tempo que ele faleceu, me arrependo de não ter aceitado o presente, não que eu fosse usar, claro que não, isso nunca, mas seria uma recordação. Você não acha?

Eu gostava de escutar suas lembranças, mostravam coisas que eu não sabia dela, e é tão bom conhecer tudo! Mesmo que haja poucas coisas ao meu alcance eu sempre vou além...Outro dia mesmo, eu desbravei uma enorme caixa de papelão, dona Carmem achou graça ao me ver andando embaixo dela pelos cantos do quintal, disse que se divertia muito comigo.

A chuva por um lado me deixava alegre, pois eu sabia que tinha um lar para viver, mas é tão ruim não conhecer os da sua espécie, mesmo que eu ficasse solitária depois de tantas coisas, como a minha dona, é sempre bom sentir, esse deve ser um aspecto para ter certeza que se encontra vivo. A incerteza de que amanhã poderá fazer sol me deixa na expectativa de poder ver, e se fizer sol... Eu posso ir para o telhado ver os pássaros voarem, não para o norte, ou sul, mas em volta das árvores.

Eu poderia fugir, desbravar esse mundo... Ser uma gata selvagem como esses que aparecem em filmes, mas dona Carmem é tão boa e tão só ao mesmo tempo. Essas ideias eu posso deixar para outra ocasião, para outro dia.

Ela havia me dito que eu não poderia andar entre a grama naquela semana, pois estava muito grande e o jardineiro estava doente. Minha saga pelo telhado continuava como ponto principal, alguns gatos surgiam para conversar comigo, mas eu saía imediatamente de perto. Eles poderiam me passar muitas doenças, eu já estava avisada.

Deveria ter criado algum filho de forma diferente, talvez eles ainda estivessem aqui. Não entendo como tudo isso veio a ficar trágico dessa forma, talvez pela minha alta sensibilidade a arte tenha afetado tanto, que ficaram com repúdio da minha velhice. Deveria ter ensinado as coisas sem metáforas primeiro, pois hoje em dia a metáfora é quem me ensina.

Sentia vontade de me tornar gente nesses momentos e agradecer a tudo que ela me faz, mas isso só acontece em sonhos.

Fiquei andando pela casa buscando tentar ajudar em alguma coisa, mas dona Carmem já não se movimentava mais, sabia o que tinha acontecido, foi seu sonho eterno que chegou, mas era tão difícil de acreditar, de entender, tanto, mais tanto, que eu passei a entendê-la mais. Fui para a porta do vizinho com o envelope na boca, pois ela já havia me ensinado tais coisas para quando essas circunstâncias aparecessem. Não foi tão difícil quanto a dor. A liberdade muitas vezes chega com um alto preço.

Agora eis o que sou,... Uma gata que queria o mundo e que agora não sabe o que fazer com ele. Aventurar-me por entre essas ruas e finalmente conhecer o mar parece sombrio e sinto receio... Mas se é para isso que me encontro no portão, não voltarei para a casa novamente sem antes conhecê-lo.

Mas eu não sei para onde é a direção da praia, como será que irei encontrar? Acho que essa ideia começou a complicar...

Continuarei e farei alguns ajustes posteriormente ;)