sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Desapego



Vais-te...
Além do que pretendia
No corredor estreito que deu à vida

Vais-te...
Distanciando-se de tudo e sussurrando
Entre os cantos que se apruma
Sentindo o peso do mundo 

Vai-te!
Mas não te vás em lágrimas
Apenas se desfaça
Desse adeus estacionado
Apertado e seco 

E não penses

Por onde anda o afeto antigo?
Dos olhares antes trocados
Que serviam como o espelho
Repleto de conforto

Vai-te!
Desaninhando-se do colo
Destituindo-se de todo o sentimento
Em apenas um ponto para desligar os sentidos
Com um pequeno e leve suspiro
Para, finalmente,
Ir