segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ontem já não é mais hoje e o futuro nunca nos pertencerá


Em fração de segundos tudo se move e dilacera fugazmente a teorica realidade. Porém o que é realmente válido quando você na sua inconstância nem sabe de fato se existiu ou se em um futuro breve todas as ilusões presentes já não serão mais tão presentes? Pois com certeza tudo será revirado de uma forma tão feroz que nem ao menos sobrará tempo para um passo ou para respirar no segundo. Como seria parar o tempo em um minuto? Reviver memórias além dos sonhos no agora?

Manter a mesma linha de pensamento é muito inviável e improvável, afinal sempre cuspimos palavras onde cada um adapta aquilo a sua realidade, mesmo que inconscientemente tentamos sempre persuadir ou somos persuadidos... Mas na tentativa vã de que as ideias sejam expostas tragam o mesmo efeito para todos [algo extremamente ditatorial] pode retirar todas as suas concepções, pois nada terá sua forma segura, a forma que seria primordial. O que é para você não é para mim, de tal forma construímos nosso mundo de uma maneira diferente, apesar das informações terem sido as mesmas. Há ainda aqueles que não conseguem absorver e reinventá-lo a sua realidade, simplesmente ficam a espera de um modelo a ser cumprido e de alguém que lhe dite as regras, exemplo perfeito das massas almejadas por inúmeras sociedades.

Como seria se todos fôssemos inertes? Sempre uma linha segura, em um espaço definido. E como seria se a vida fosse realmente nossa e pudéssemos escolher padrões para o aqui e o agora com completa consciência? Ninguém sabe realmente o que acontece, ou sabe?

Minha construção se desfaz a cada passo e até sinto meus pulmões sendo com prensados por tamanha força que nem mesmo sei de onde vem. Já que nem sei se existo, simplesmente estou. Só que essa sensação que vai-e-vem me deprime em uma série de gotas, então fechando a torneira, esqueço por um instante que estou em um caos, caos indefinível e totalmente lúdico.

Ando perdendo a realidade de vez. Apenas Sinto. Sinto.

domingo, 15 de agosto de 2010

Meu coração à tua espera


Durmas! Pois há muito tempo
E com um leve suspiro tenha bons contentamentos
Porém sabeis a hora de levantar-se
Não queira privar-me desse enlace

Curou em mim o que nem existia
Não quero que se entregues somente pela calmaria
Ninguém sabe o que há além do eterno sono
Mesmo que julgue ser um passo de consolo

Cuide para que não esqueças
Não esqueças que meu coração encontra-se somente em ti
Nem procure entender os motivos pelo qual não parti
Pois entender-me agora seria uma atitude vã

Criou em mim algo que não pode silenciar
Apagar, dizimar e nem terminar
Seria ingrata se lavasse minhas mãos diante de toda essa situação
Não quero que sofras sem existir uma razão

Entrego-te meu ser em gotas lentas
Para que essa imagem bruta que terias de mim não o faça desistir
Bem sabes o quanto já sofri, chorei, mas insisti
Principalmente em viver, mesmo não sendo o que aparenta

E por tudo isso... Quero, e espero sua volta
Mas não bata somente a porta como de outrora
Entre sem amarras, medo ou estória
Dentro do meu coração que palpita pelo seu sem demora