segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Palavras...

Hoje eu não mais suplico por amores, já não mais insisto nesse desejo. Não renego a minha vida, isso com certeza não. Deixo meu silêncio para as tristezas que sopram em meu peito, minhas lágrimas noturnas, minhas noites perdidas.
Vejo uma grande luz para mim, sempre há mais de um caminho, as pessoas quebram uns aos outros sem medirem esforços, mas contemos fibras, não fazemos fotossíntese mas temos o sol para nos iluminar.
Quão desperdício de tempo sem motivo, tudo poderia ser diferente, não é mesmo? Tu sabes quantas vezes eu não desejei ter nascido? Sabe quantas fezes eu quis morrer para talvez tentar livrar você desse fardo? Dizem para ser forte, que eu não posso me importar com problemas tolos, mas isso não afeta só a mim, e o problema não surgiu de uma hora para outra, per pendura há anos. Poucas palavras de afeto, poucos abraços, a eterna falta.
Nada do que eu faço é algo agradável, nada do que os outros fazem por ti é algo proveitoso. Como alguém pode aguentar isso tudo? Para que calar ? Para que fingir? Para que ?
Eu só quero partir, para longe de ti . Algum dia você irá me pedir desculpas, talvez.
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Angústias e Sonhos
Condene-me por ser fraca
Incapaz de esquecer essa marca
Triste ilusão de uma vida
Perco as esperanças com os dias
Adeus meu mundo estampado em flores
Suspiram orquídeas entre amores
Corram para suas mães
Corram antes que apareçam os cães
São fantasmas que circulam a cidade
Pessoas sem a mínima necessidade
Estão sempre a nos consumir
Constroem castelos para depois destruir
Largue tudo aquilo que te prende
Não destrua o que você sente
Partirei antes que me destruam
Siga a sua vida antes que ela suma
Ame
Amarei
Cante
Cantarei
Viva
Viverei
Para que no fim
Depois de um novo começo
Sua estrada não se repita
Antes que eles me alcancem
Eles não irão conseguir
Eu serei livre
Será!
Adeus.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Partida

Não rogue pragas as comunidades alheias
Sinta a tentação forasteira
Corte as maçãs que insistem em cair
Diga tudo o que sente antes de partir

Mesmo que seja mentira
Mesmo que seja mentira
Mesmo que seja mentira
Mesmo que tenha verdade

Junte todas as suas vestes
Livre-se daquele enfermo que te persegue
Conte para os mais altivos sua situação
Avise aos seus amigos o que há dentro do cartão

Eles ficaram mais preparados
Eles estão mais preparados
Eles se sentem preparados
Eles se perdem em lágrimas

Onde está tudo que tu sonhou?
Cadê as respostas que a cartomante lhe contou?
Não perca tempo com previsões
Parta antes que eles fechem os portões

Estaremos aqui
Ficaremos aqui
Sentiremos aqui
Morreremos aqui

Só quero que tu viva
Transmita idéias positivas
Fuja antes que eles encontrem
Hoje já não é mais ontem

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Acidente

Era uma noite de sábado, tudo parecia perfeitamente normal para mim, para qualquer um. Estávamos tão alegres, desfrutando de momentos preciosos, a nossa brilhante juventude. Já se passaram 10 anos depois do acidente na avenida Prado Cruz e ainda recordo dele me empurrando e gritando, afirmando que me amava, foi tudo tão rápido, nem sei como começar a contar direito, ainda me sinto fragilizada com aquele acidente. Estávamos comemorando o seu aniversário, Antônio tinha 20 anos e eu possuia 19, havia dois anos que namorávamos. Começamos a nos divertir como na maioria das festas que participávamos, ele sempre foi um ótimo namorado, sempre romântico, querido entre os amigos. E para mim, ele significava mais que um relacionamento, era parte do meu ser.
Depois de passada a noite ele resolveu me levar até em casa, nos encontrávamos embriagados, definitivamente não era uma boa condição, por uma besteira as pessoas perdem a vida, mas prosseguimos aquela "aventura" ele não tinha direção do que estava fazendo e eu sorrindo, sorrindo, começamos a trocar palavras carinhosas, fazer brincadeiras. Quando ele olha para a frente enxerga algo vindo em nossa direção, disse que me amava e empurrou-me do carro. Foi uma tragédia.
Já não sei mais qual é o significado da vida depois dele, já tentei me suicidar várias vezes, faço uma série de tratamentos, a situação está um pouco mais calma agora, estive internada durante um bom tempo.
Só quando acontece alguma tragédia, entendemos o que a diferença entre aproveitar a vida e viver descontroladamente.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sobre o amor e o bem estar

O ser humano nas suas mais diversas formas, ideologias e contrastes convive em harmonia. O que será esse sentimento que apesar de ser inatingível nos promove profundo prazer mesmo quando não estamos sendo correspondidos completamente, ou pelo simples fato de ter uma mera brecha ele nos transforma de diversas formas, as mais surreais possíveis, onde nos encontramos sem a mínima razão, e talvez sem o mínimo pudor.
Por muito tempo se vem buscando a fórmula da juventude, da felicidade e de coisas que nos comprove o quanto estamos fazendo tudo certo, porém nada é definitivamente concreto, precisamos sempre de uma dosagem de entraves para tecnicamente amadurecer e perceber o quanto uma queda vale, mas aproveitar satisfatoriamente uma situação angustiante com 100% de sucesso é uma tarefa árdua.
Com o tempo passamos a nos acostumar com aquilo que nos trás uma porção de bem estar, e viver bem requer muito labor. Encontramos-nos em uma situação muito complicada diante de uma sociedade que nos frustra a cada momento com os atos mais banais possíveis. Há de ter um motivo pelo qual estamos vivos, mas afinal será essa coisa tão preciosa e que tentamos conquistar o amor? Sim! Ele, o famoso amor. Não simplesmente o amor conjugal, e sim aquele que sentimos pelos acontecimentos mais incompreensíveis pelos outros e que por ventura transformasse em uma felicidade incomparável e tudo tornasse um só.
Que ciclo de vida mais confuso, que santo ciclo confuso...
Principalmente quando trocamos algo concreto por algo passageiro. Mas para que? Por quê? Como?
Brigas, controvérsias, mentiras e adultérios esses são um dos principais ingredientes para o desgaste emocional e psicológico de um relacionamento. Como a maioria deles hoje em dia não dura nem uma semana, passamos a não nos preocupar com critérios básicos, que talvez tivéssemos quando éramos mais jovens ou não, talvez o amadurecimento nos ajude a mudar nossas concepções que antigamente eram desprovidas de amor, mas enfim tudo um dia muda, para melhor ou pior, mas que pode completar uma criatura, ou não.
O homem. Já conheci e vi criaturas dos mais diversos jeitos, creio que todos nós, só que com uma análise mais profunda, percebemos algo semelhante em todos os casos: a auto-afirmação. Necessitam sentirem superiores em qualquer coisa, nem que para isso essa superação esteja na maior distância da linha.
Voltando um pouco para o meu mundo, que apesar de restrito é um tanto complexo, pois não podemos tirar a complexidade da coisa mais insignificante. Não vejo amor na maior parte relacionamentos, sejam eles longos, curtos, não vejo, ou talvez até exista, mas eu não consigo ver aquilo como amor, e sim como uma dependência mútua, não sei se o que eu creio enxergar é o certo, mas talvez seja fato. É ridículo. E quando vemos, algum casal que realmente se gosta inventam as desculpas mais mirabolantes para romper o compromisso por algum medo ingênuo. Cadê a tal força do amor? Como poderemos mover montanhas com tamanha falta de cumplicidade?
Falta tanta coisa, o ser humano se torna vazio por tão pouco que dá desgosto.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Jogos da vida

No leito de um hospital um rapaz vai visitar sua namorada que está em coma, sempre levando flores e comentando sobre algo que aflige o seu coração.Sentado ao lado da cama da paciente, ele segura uma das mãos da jovem e começa a dizer:
Perto das montanhas, em algum lugar tocarei em seu rosto através do vento, apenas um tempo para tudo se quebrar, quantas vezes desistimos de nossos sonhos por caprichos do destino? Por quantas vezes ficamos imóveis a espera de alguma resposta vaga? Longe de mim esses sonhos mórbidos, longe de mim essa vida vazia. Cacos de vidros espalhados pelo chão iluminados como o sol, resplandece um futuro promissor. Bons tempos para se refletir, bons tempos. A grama que cobre o teu corpo a espera de uma chuva para alegrar nossos olhares, por quanto tempo tu estará atrás das montanhas minha querida? Por quanto tempo?Tempo...
Ontem, quando estava voltando para casa observei aquele velho cachorro, crianças correndo. Lembra como tu paravas docilmente pra cumprimentá-las?
Eu vejo o teu rosto aqui entre minhas mãos, teu corpo coberto com esse manto branco, tua boca sem vigor. Eu ainda esperarei pelo dia em que iremos passear juntos novamente minha menina. Pelo meu amor, por tudo que é mais sagrado, volte para o seu bom pastor. Eu te amo.
Nesse momento caem algumas lágrimas do jovem caem na mão da moça. Imediatamente surge alguma mudança no ritmo cardíaco dela.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A perda


Na varanda da sua casa, a senhora triste diz para a ex-namorada de um dos seus filhos:
Meus olhos já não querem mais abrir, essa estranha sensação me persegue. Minhas mãos, não consigo mais senti-las. O vento me arrasta lentamente e eu vou seguindo deixando meus rastros que logo serão esquecidos e apagados.
Alguém me avisou que todos morreriam, mas não pensei que fosse ser tão precocemente. Meus avisos de nada adiantaram, eles entraram cedo na estrada e se foram. Restou somente esse fardo que eu carrego todos os dias devido à partida de meus queridos. Imaginava partir antes deles, mas não... Tudo é tão estranho, confuso. Ninguém pra me alegrar, não posso mais ver os sorrisos dos meus garotos, que tristeza meu Deus. Que tristeza!
Perguntamos-nos qual o motivo da vida ser tão injusta, meu coração quebrado almeja por alguma fuga. Não há nada que possa me alegrar, estou em luto. Minha vida se foi com o falecimento dos meus queridos filhos. Será que Deus realmente existe?
A garota abraça a senhora e diz:
-A cada flor arrancada há sempre uma enorme tristeza, a planta perde o brilho e a força. Porém ela não se deixa levar pelo que o mundo fez, arranja forças e eis que surge um novo broto. Não do mesmo jeito, nem do mesmo lugar, mas irá completá-la novamente. Pode demorar um pouco as pessoas não podem morrer estando vivas. Há sempre uma forma de tu deixares essa flor desabrochar. Eu perdi os meus pais muito cedo e também o amor da minha vida. Seu filho não há de querer ver a tristeza em seus olhos. Veja as estrelas, elas já morreram a milhões de anos e nem por isso deixamos de contemplá-las só que não devemos entender isso como um fardo e sim como uma forma de tentar rever nossos conceitos.
A senhora deixa algumas lágrimas caírem, contempla as estrelas e entra em casa.

domingo, 16 de novembro de 2008

Sépia

E Androceu estava agonizando, gritando e temendo em busca de uma solução. Quem ousou passar por aquele local no mínimo sentiu medo. Era entristecedora a situação. Vestido com farrapos, em um canto sujo de um local abandonado, iluminação precária. Tons em sépia, era assim que seguia a tua vida. Seu olho esquerdo cego, sua leve demência incomodava os que se julgavam mais racionais, porém era dócil, simplesmente dócil. Assustava-se por qualquer movimento sutil, havia sofrido, não sei o quanto, mas para alguém chegar a esse estágio creio que tenha sido o bastante. E teus olhos suplicavam ajuda, as pessoas o julgavam, estava morto. Sua vida, sua história, nada tinha significado. Não entendia como havia chegado ali, não sentia alegria, ou simplesmente nem sentisse, talvez não tentasse sentir para não sofrer mais. Mas fingia seguir e continuava se arrastando. Parou na esquina, encostou-se na parede, alguns ratos passando dentre as tuas pernas e atirou-se no meio da rua. Nenhuma lágrima, nenhum enterro. Apodreceu sob o sol, tornando-se presa de urubus.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Mãos


Longe de mim suas mãos
Entre mim suas mãos
Nossas mãos entrelaçadas, as nossas
Uma, duas, três, quatro
As mãos que desfilam
Que deslizam
Que pagam
Que conspiram
Dormem, sentem e novamente dormem

domingo, 9 de novembro de 2008

Brincando de viver

Esse desejo de gritar, explodir, colocar fogo em tudo. Eu continuo me remoendo lentamente, tomando do meu próprio veneno, me dissipando. Fico parada por horas pensando no que poderia fazer, em que seria útil minha presença, prometo a mim mesma fazer coisas mirabolantes, simplesmente algo. Mas nada funciona, nada se move. Procuro reorganizar minha vida, sou muito fraca pra isso. E não suporto, simplesmente não, e vivo a me questionar mesmo que seja sem fundamentos ou com muitos. Mas não sei se vivo. Todos os dias procuro tentar evidenciar algo que me marcou, mas lembranças me fogem a mente, tudo se escapa. Eu sei que sou mais uma, sei.
Há uma angústia, algo que eu não sei mais bem explicar, nada me motiva a alegria. Já não sinto muita vontade de manter diálogos, nem de expressar minha opinião. Quero me manter calada, e assim permaneço, mas até isso me corrói, pois chega a um ponto limite onde eu estou sujeita a críticas e comentários, mas isso pouco me importa. Só quero e vou fazer as coisas quando quiser. Mesmo que seja quase nunca, mesmo que seja só.
Cada dia que passa eu detesto mais as pessoas, eu me detesto, talvez eu distorça a realidade, ou simplesmente tudo não passe de um mero jogo. Não sei.

Simples destino
Lágrimas dentre olhares trêmulos
Sepultaram minhas primaveras correspondentes
Já não me vejo em todos os ângulos
As flores tornam-se inconscientes

O sol não nos contempla com alegria
Seus raios sugerem morte ao presente
E elimina o futuro automaticamente
Que triste dia para euforia

As rosas são queimadas
Os lírios são dispersos
Ouço apenas passos

Tudo soa com tristeza
Nada resplandece felicidade
Já estou indo tarde
Falta apenas um vagão

Menininha *----*



Besteirinha feita por mim ;D

sábado, 1 de novembro de 2008

Salão de Sorrá


Parei por alguns instantes no topo da escada, mirei lentamente tudo que se encontrava abaixo .Não era felicidade aquilo que eu sentia, apenas uma apatia. Alguns poucos amigos que ali se encontravam me viram descer. Senti uma leve tontura, mas prossegui com a descida, cada degrau parecia querer engolir-me, eu não os via com nitidez, tudo parecia frio e distante. Encostei minha mão na parede, e prossegui. Apesar de aquilo me corroer eu continuava, continuava e continuava.
Quando dei por mim, já estava no térreo. Algumas poucas pessoas vieram me cumprimentar, outras passavam com suas amantes. Novos rostos, era sempre assim. Sentei em uma das poltronas com minhas pernas estendidas, fiquei observando aquilo tudo, imaginando se poderia ser diferente, quando ouço alguém dizer:
- Poderia ser,...
Era o Pedro, um homem com seus 28 anos, e eu a sua preferida.
Pedro: - Carmem, tu sabes que poderia ser diferente...
Sentou ao meu lado e colocou seu braço nos meus ombros. Nesse momento caíram algumas lágrimas, que ele cuidadosamente fez o favor de secá-las.
- Você sabe muito bem de tudo, e torna-se cada vez mais complicado quando alimentamos esse romance.
Ele começou a alisar meus cabelos.Quando surgiu uma voz, com tom de ordem:
- Aqui não é lugar para namoro, é pra trabalho se quiser minha prostituta que pague!
Era Madame Sorrá a dona do estabelecimento.
Pedro: -Não se preocupe senhorita! Como tu estás magnífica! Sempre, Sempre! Aqui está o valor para o quarto.
Pegou a minha mão e me levou até o cômodo.
Quando chegamos ao local, fui tirando minha roupa, era só fazer o serviço, usar alguma droga e descer novamente.
Pedro: -O que você está fazendo?
-Tu estás pagando pelos meus serviços.
Pedro: Sabes que eu não pago pra somente usufruir de ti. Vamos conversar...
-Conversar sobre o que? Sobre tu pagar minhas contas? Sobre fugirmos e termos uma vida diferente?
Pedro: -Justamente!
-Eu não me sinto digna de ser a tua esposa.
Pedro segurou nos meus ombros e disse:
-E quem de fato é digna, eu te amo e você me ama, eu pago e vamos embora!Ou você prefere essa vida que a mim?
- Não diga uma calúnia dessas, sabe o quanto gosto de tu, mas...
Pedro: Mas o que?
-É triste saber que eu não vou ser a esposa pura que todos sonham...
Pedro: -Eu te conheci assim, não me importo com os sonhos dos outros.
Olhei para o relógio da parede.
-O tempo está acabando.
Pedro: -Vamos Carmem! Ou você por acaso não me ama?
-Lógico que te amo, por tudo que há de mais sagrado.
O tempo acabou e eu saí do quarto, Pedro em seguida.
Apesar de nos amarmos Madame Sorrá, não me venderia para aquele homem nunca, jamais que ela perderia a oportunidade de estragar a felicidade alheia e de lucrar algumas míseras.
Passado algum tempo surgiu alguém naquela cidadezinha, todos se perguntavam quem era e o que fazia. Ia todos os dias ao Salão de Sorrá, comia bebia, as outras garotas ficavam tentando atraí-lo, porém ele não partia para o segundo passo, ficavam somente pela recepção e depois ia embora. Sorrá ficando indignada com aquela cena diária e percebendo que ele poderia lhe proporcionar algumas quantias maiores fazendo-o ficar com as garotas, pediu para que todas o servissem. Eu estava angustiada, não queria dormir com outro homem, isso se ele aceitasse, pois me confortava saber que ele não tinha olhos para tais garotas, mas queria que Pedro chegasse logo e me tirasse daquele lugar.
Passaram as horas e ele não havia aceitado a cortesia de nenhuma. Madame Sorrá apertou o meu braço e com um empurro disse para ir até o local, retirar o que estava na mesa e perguntar se aquele senhor queria mais alguma coisa.
- Mais bebida?
Ele fitou-me dos pés a cabeça e disse:
-Não, mas quero a tua presença.
Ele me puxou e disse:
- Eu irei te tirar daqui, sou Álvaro um amigo de Pedro.
Ele pagou um quarto, contou-me o plano e na hora da descida foi ter uma conversa com Sorrá. Apesar de não querer vender-me, pois lucrava bastante com Pedro aquela quantia era absurda. Mandou uma das meninas me chamarem, chegando ao seu escritório:
- O que a Madame quer?
- Esse homem te comprou, sinceramente não sei o que ele viu em ti. Possuo garotas mais belas, porém dinheiro é sempre bem vindo.
Saímos daquele local fingindo ser um novo casal, todas as meninas conversavam entre si se perguntando o motivo, a causa, e derivados.
Na entrada do Salão havia uma carruagem, eu e Álvaro entramos. E lá estava Pedro nos abraçamos e ele perguntou:
-Carmem, quer casar comigo?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

As novas amigas de Matilde.


Matilde saiu correndo atrás da sua bola colorida. Estava brincando com ela quando um vento veio arrastando seu brinquedo para um outro ângulo, forçando a menina mudar sua rota. Esses ventinhos que surgem nas horas mais inconvenientes, custava ter que esperar a criança terminar a brincadeira?Mas não, surgiu lenvando o que lhe havia de mais precioso naquele momento, pelo menos essa leve busca pela bola se torna uma nova distração. Depois de uns 10 minutos encontrou a leve bola entre alguns arbustos do outro lado da praça. Voltou toda sorridente para o outro lado, onde se encontrava sua irmã mais velha. Ou pelo menos pretendia, no meio da tragetória ficou olhando para todos os lados observando cada detalhe, dentre eles encontrou um grupo de meninas brincando em frente a uma casa.Ficou curiosa pra saber o que faziam e se podia fazer, até por que aparentavam estar brincando de bonecas. Dirigiu-se até aquele lugar e ficou observando. Eram 3 meninas, uma delas se levantou e perguntou:
Menina 1 : O que você quer ?
Matilde: Posso brincar?
A menina 1 dirigiu-se até as outras fazendo uma rodinha, depois de um certo tempo voltou-se para Matilde e disse:
Menina 1: Pode, mas com uma condição.
Matilde: Qual?
As duas que estavam atrás começaram a sorrir, uma delas levantou-se e disse:
Menina 2: Você deve fazer o que nós quisermos pra poder entrar no nosso grupo, depois iremos dizer se pode participar ou não.
Matilde: Mas pra que isso ?
Menina 1: Nós sempre fazemos isso, com todas foram assim. A antiga líder inventou, mas ela agora mora em outro lugar.
As outras começaram a sorrir.
Matilde meio indecisa ficou pensando por alguns segundos.
Menina 1: Vai querer ou não ? Queremos brincar e você está nos fazendo perder tempo!
Matilde: Não quero.
Menina 2: Como não ? Temos bonecas lindas, todos sentem inveja de nós!
Matilde: Eu não tenho inveja de vocês, eu só queria brincar.
Menina 1: Você é uma feia e boboca.
Matilde: Eu não sou feia nem boboca.
Matilde no fundo ficou um pouco triste.
Menina 1: Saia da frente da minha casa agora ! Não está vendo ? Esse é o castelo da rua, ele é meu !
Matilde ficou sem entender,...
A Menina 3 que até então parecia um vegetal disse algo :
- Tadinha, ela deve ser da rua. Venha, eu deixo você ser minha empregada!
As outras 2 ficaram um pouco irritadas com o que a Menina 3 fez, mas começaram a pensar em como podiam agir com Matilde.
Matilde voltando-se para as Meninas perguntou qual era o nome delas.
Menina 1: Ana
Menina 2: Maria
Menina 3 : Mariana
Pode até ter sido falta de criatividade, mas em um grupo deve sempre ter alguma coisa em comum.
Ana: Matilde! Venha aqui, limpe a frente do meu castelo !
Maria : Limpe minha filha, ela está suja!
Mariana: Venha escolher a meu vestido pro baile. O da direita ou esquerda qual é a melhor ?
Detalhe os dois eram iguais, pobre menina, Matilde não poderia dizer nada era só a empregadinha na brincadeira.
Matilde: Acho que o da direita!
Mariana: Mas eu gosto tanto do da esquerda. Você tem certeza que é o da direita?
Óbvio que o da esquerda era o preferido, estava realmente com cara de mais usado.
Matilde: Tenho sim!
Ana apareceu e puxando o braço de Matilde com uma cara de raiva disse:
- Como tu ousa limpar a frente do meu castelo desse jeito sua empregadinha!
Maria apareceu do outro lado reclamando da filha e Mariana depois de uns segundos começou a questionar sobre os vestidos. Nesse momento a porta da casa abriu. As meninas começaram a correr para o lado, mas Matilde ficou ali. Surgiu uma quase senhora dizendo:
- Minha filha cadê a sua irmã?
Matilde: Ela está lá do outro lado da praça!
Mãe: Vá chamá-la e volte logo para jantar.
Matilde dirigiu-se para o outro lado da praça. As meninas seguiram atrás dela perguntando o que a senhora havia feito e dito.
Matilde: Ela pediu para que eu chamasse minha irmã.
Ana: Mas pra que ?
Matilde: Pra jantar.
Maria: Sério? A moça daquela casa pediu isso?
Ana deu um beliscão em Maria, que gemeu de dor...
Matilde: O que foi?
Ana e Maria: Nada,...
Mariana : Você mora ali?
Matilde: Sim.
Ana e Maria ficaram pasmas, se perguntando Mas como ? Por que? Ela não mora na rua? Ela não é pobre?
Mariana: Sua casa é bonita, essas duas sempre comentavam que queria uma assim,...
Matilde: Verdade? Que bom...
As duas começaram a olhar estranho pra Mariana, na verdade estavam morrendo de vergonha.
Matilde chamou a irmã que perguntou o que ela estava fazendo com aquelas meninas.
Matilde: São minhas amigas.
Irmã: Sei,...
Irmã: Vocês são Ana, Maria e Mariana ?
As três disseram que sim.
Irmã: Conheço algumas coisas sobre vocês.
Matilde e a irmã entraram em casa.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Madalena

Ah Madalena, dança-te, canta-te extravasa todas as dores sem pudores, estas livres cores. Sabes o quanto esperei por este momento? Na verdade não sabe. Por que eu não esperei minha querida, definitivamente não te esperei Madalena, mas te ver me alimenta os olhos, sua expressão me acalenta as mágoas, tua presença fascinante. Oh doce Madalena! Que para sempre as estrelas te contemplem, por que de mim não esperes nada. Eu sempre seguirei perdido, vagando entre espaços sujos e que a tua leve ingenuidade - se é que ainda permanece- não estaria disposta a presenciar. Irei mirar-te, me deliciarei de longe, apenas isso, e partirei para além do horizonte. Somente não se esqueça que nenhuma outra Madalena me deslumbrou tanto como você, minha eterna amada.

domingo, 12 de outubro de 2008

Eu minto


Eu minto
Transmito
Transbordo
Eu sofro
Sofro como qualquer,
Mais uma desvalida sem paixão, rumo ou amor.
Meu batom borrado, minha saia sem jeito,
Eu sigo,
Eu desço,
Eu subo,
Dentre todas, dentre mim
Deite, não me toque e suma.
Apenas acorde, guarde o sentimento
Eu passarei meu batom e você ?
Eu não sei,
Apenas sei de mim, sem você.
Surgirei,
Não sentirei
E partirei.

ô vidinha,...

Sem palavras definidas por um bom tempo, é assim que eu me sinto. Essa leve angústia que eu sinto de tudo, que todos sabem piorá-la ou talvez seja apenas minha mente conturbada, é muito mais provável que seja a última hipótese. Fico me perguntando o que aconteceu com os meus dias? Para onde foram minhas alegrias, esse leve stress que me consome lentamente, me fazendo ter gritos e ações involuntárias, quero saber onde tudo isso vai me levar.
Tento ficar sem acessar a internet, me dedicar somente aos estudos, bons estudos, mas se torna impossível e vejo que sou fraca. Será que sou realmente fraca por conta disso?
Sabe, eu não gosto muito das coisas que eu escrevo, depois de um tempo ou no mesmo instante as coisas parecem, tão superíciais, infantis e extremamente entediantes, talvez pq minha vida se resuma a um grande e inquebrável tédio.

domingo, 28 de setembro de 2008

Fugir, fingir e viver.



Para onde se foram os meus ouvidos? Onde será que estão quem os matou?
Longe da minha paz serena, eu me desloco.
Anda-te! Apressa-te ! Corre que o vagão da vida te espera!
Não a tempo para parar, pensar, suspirar ou deleitar.Não há.
Há algumas falas soltas e presas em minha sombra, em meu ser. Para que me preocupo em viver? Para que? Permaneço inerte a todas as situações. No mais consegui um nada, quem por acaso penso que sou?
Apenas tento me apressar para não perder o vagão, que por sinal parece fugir entre os meus dedos, mas continuo correndo, talvez tentando fugir do que sou, ou era. Apenas tentando fingir ser alguém, ou tentando ser eu mesma.
Não me vejo presente em nada, não consigo me propagar, não faço, não existo. Tudo me irrita profundamente, e o que afinal eu espero? Uma ou duas palavras pra me acalmar talvez, afirmar que eu consigo e que realmente posso, sem serem falsas ou supérfluas, mas tento persistir, apenas tento, porém tudo foge constantemente. Irei tentar, estou viva! O que mais pode ser um sacrifício além de viver? Talvez a morte? Mas até lá creio que a própria vida já tenha me matado o suficiente, até por que é a função dela. E tudo continua fugindo.

sábado, 13 de setembro de 2008

Mais nada.


As pessoas se perdem e se destroem por atos banais, não deveria ser assim, poderia ser pior, melhor talvez. O medo de se expressar, a falta de comunicação, relacionamentos vazios e mais uma comida jogada fora. Questionamos-nos o quanto à situação está ficando caótica, o quanto a sociedade, o ser humano e tudo ao nosso redor vem se corrompendo de forma absoluta. Os pecados sempre existiram, as pragas, profecias e derrotas, nos alimentamos com restos alheios, com discursos falsos e tolos. Não, não é minha vida, não é a sua, é a de todos. A outra face existe, sempre existirá. Pergunto-me por quanto tempo me privei de determinadas palavras, de determinadas idéias. Eu sigo, você também, todos nós. Essa leve falta de nós mesmos, quando nos encontramos em um canto refletindo sobre todas as nossas ações, angústias, pesadelos. Por quanto tempo agüentaríamos? Vejo-me buscando algo, com desejo, vontade e desespero. Nada me foge a mente, nada. Lembro-me de cada passo, detalhe e suspiro, às vezes me pergunto para que? Mas mesmo assim me lembro. As minhas idéias talvez não estejam sendo pregadas com a mesma intenção que no princípio, mas estou me propagando de alguma forma, com alguma idade, com essa vida. Eu não me perdi, eu não me encontrei, não me entendo por cidadã feliz ou coerente, mas me entendo por gente.
Os dias se passam, as noites, tudo. Por quanto tempo estaremos dispostos a viver como máquinas?

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Busca


Há um lugar entre o céu e a terra
Um lugar indecifrável
Durante muito tempo tentei encontrá-lo
Nada de promessas cumpridas
Apenas rastro de desejos
Passei parte dos meus dias procurando
Indo até as montanhas mais distantes
Através dos meus sonhos viajei
Perdi meus pilares
Mas não irei me entregar facilmente
Entre dragões e espadas
A vida é apenas uma jornada
A recompensa talvez não seja promissora
Mas continuamos
Não é apenas pelos bens materiais,
é por algo mais
Uma leve busca pela essência
Em uma estrada sem volta
Nos movemos e seguimos
Até a morte.
[Roberta Melo]

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mais um dia.

Estou cansada das pessoas ao meu redor, já não luto mais pelos sonhos tanto almeijados, pessoas não mudam facilmente. Cansei de sentir, viver, comer, de sorrir, de amar, de chorar, cansei de tudo e de todos. Não vejo tanta luz, não sinto escuridão. Apenas pretendo seguir, só , calma, triste ou alegre, meus sentimentos já não gritam, ninguém quer ouví-los, logo não ouvirei ninguém. Odeio a forma como tudo conspira contra mim, odeio a forma como o meu ódio pelo mundo só me faz ser odiada cada vez mais. Meus pais já não existem pra mim, eu os odeio principalmente por atordoarem minha mente constantemente. Quero o suicídio, desejo sumir, eu simplesmente não pedi pra nascer, eu não pedi. Eu choro mesmo sabendo que nada vai mudar, não sei por que ainda choro, não sei. Estou morta pra mim, estou morta pra você, nunca existirei para milhares.

domingo, 31 de agosto de 2008

Uma, duas ou três.

Uma, duas ou três pedras
Tropeçamos
Lamentamos
Continuamos
Ou não?
Ou sim?
Só não pergunte pra mim
Um outro dia
Outro lugar
Nada de novo
Nada,
Nada,
Restos?
Talvez.
Somos apenas
Um, dois ou três
números,
contas,
frações
Sem lógica, nem amor
Apenas esperamos
Uma, duas ou três vezes
Onde estão as luzes?
Para onde se foram?
Para onde? Eu suplico!
Para onde, nós vamos?
E nos desgastamos
E nos corrompemos
E nos comprometemos
Mais uma duas ou três vezes.

[ Roberta Melo]

sábado, 23 de agosto de 2008

Mergulho


Os pequenos gestos,

uma certa leveza em tua alma

Apenas um suspiro

Que suave tristeza em meu peito

Esse doce pesar que me liberta

Não há nada em mim

que já não tenha estado em tu

Com simples passos irei dançando

Através de teus braços

Mergulharei em um abismo

Parados, esperando, respirando

Tudo é muito triste,

Triste

Nada me faz bem

Nada me faz sentir viva

Mergulharei, sem medo

Talvez por medo do inabitável

Talvez por medo de mim

Talvez por medo de você



segunda-feira, 18 de agosto de 2008

As formas da vida


O apogeu da dor

O apogeu da juventude

Quantas formas, quantas linhas

Este sabor salgado dentre meus pensamentos

A dor

O tempo

A juventude

Os círculos, os quadrados, os triângulos

São tantas as formas

Tão descomplexo complicadamente

Os grãos que viveram espalhados,

Pelo tempo, pelo destino

Onde deixamos e sempre deixaremos rastro de nossas mais variantes

Formas e linhas

Mesmo sem percebemos,

Estaremos lá !

Dentro do coração de alguém que já não lembramos muito bem

Mas estaremos,

Eles ficaram esperando por nós,

Nós pelos outros

E seguimos nas mais diversas formas, linhas

em círculos, quadrados ou retângulos

Tão complexo descomplicadamente.


[ Roberta Melo]

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Bala de maçã


Bala de maçã

Apenas putrefação

Doces escarlates em nossa direção

Olhares comprimidos

Sem limite de tempo, sem função

Sentimento robotizado

Sem sentimento

Direção certa

Direção errada

Encontro uma chave

Sem resposta

Nada, Nada

Minha bateria está descarregando

E a menina grita : Não há mais nada!

Correndo, correndo

Uma leve psicodelia

Apenas leve

Listras, círculos, cores

Eles gritam : Corra, Corra !

Parece evaporar

Sumir

Desfazer

E você se pergunta : Onde está meu doce?!

Apenas uma bala de maçã.
[Roberta Melo]

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Alice


Ali sentada sempre calma, tu a percebeu

Como em um passe de mágica tudo se resolveu

Dentre olhares apaixonantes

O alicerce perfeito para o meu coração

Ali cê percebeu o quando valia uma reação

Como a magia do ar em um jardim no verão

Tudo metricamente formado

Transformado, restaurado

Alice, doce milagre

Olhos cintilantes, vida

Minha querida

Alice

Ali cê deslocou minha razão

Ali cê transformou uma ilusão em paixão

Simplesmente ali,

Ali onde se encontra a pequena Alice.
[ Roberta Melo]

terça-feira, 15 de julho de 2008

Falta ;]

Falta um pouco de mim dentro de você
Falta olhares e afetos
Falta um pouco de conversa, brigas e desentendimentos
Falta, simplesmente faz falta
Falta as muitas palavras desconcertantes
Falta amor
Falta desejo
Falta, faz muita falta
Sempre esperei por um pouco mais
O pouco que antes tinha e que eu repreendia
Hoje faz falta
A atenção exarcebada, as conversas loucas, os descobrimentos
Faz uma enorme falta
Dentro de mim
Dentro de você
Simplesmente falta.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Seu aspecto


Nos teus olhos
No teu gosto
Seu aspecto sombrio que fascina
Completa-me por instantes
Tua voz que me guia para a escuridão
Todos os vestígios deixados pelo caminho
Não há mais, não há
Dentro de olhares perdidos
Reflexos invertidos
Pensamento inconstante
Palavras soltas
Alguns gestos
Nenhum sentido
Nenhuma vida
Não há mais, não há
Dentro de alguns instantes eu o vi, andando pelo salão transbordando de felicidade, por quê ?
Sou mais uma alma sem sentido, tuas juras, teus pedaços em mim, minha vida em você.
Seus olhos distantes
Tua boca seca, teu sorriso doentio
Não há mais, não há
Meu coração chora, minha mente bloqueia
Só existe você
Não existe ninguém
Só restam as lamentações
Não há absolutamente mais nada pra mim
Meus sentidos se foram
E eu simplesmente digo que o odeio, meu amor.

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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Confesso que estive aqui por muito tempo, mas sem muito amor. Minha senhora morreu já faz alguns anos, e eu já me deparei com diversas situações constrangedoras, mulheres sem nenhum pudor tentam conquistar meu coração, como me irrita profundamente, tento explicar que meu coração pertence à senhora, mas elas não me entendem, pois bem que queimem no inferno malditas. Por muito tempo senti-me assim isolado e era bom, porém um dia em meus passeios resolvi parar em um salão, não sei por que, mas estava lá, faminto pelas devassas, meu coração estava cheio de amargura e já não queria mais essa castidade pra vida inteira, pobre da minha senhora que não tenha estado lá naquele momento, sei que sou impuro , sei que comprometi um grande amor. A Antonieta quão perfeita ela, meretriz que fazia os olhos de todos, inclusive os meus, seu corpo, seu cheiro, tudo era um encanto, não ocorreria mais, prometi a mim mesmo só que se tornou impossível, virou um vício. Como todos os outros dias eu lá estava e como de costume fui procurar minha preferida, sentia meu coração arder toda vez que a via, eu sou apenas um pecador, devo ser jogado no inferno, traindo a confiança do meu grande amor e sentindo paixões por uma meretriz, e que linda meretriz, esse doce veneno que me destrói lentamente. Não podia ser verdade essa minha péssima conduta levou-me a uma paixão por uma concubina,que com certeza não corresponderia, como eu sou um bobo desgraçado, pela sua própria vida e falta de sorte. E eis que surge a maravilha, a dama que me desonra, que me protege em seu leito, tudo estava sendo rápido demais eu a larguei por alguns instantes e comecei a refletir, ela com uma voz carinhosa pousou suas mãos sobre meu ombro e perguntou: Vamos fugir?

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sábado, 5 de julho de 2008

Sonhos


Espaço indefinido, contra os meus princípios, contra o que já sou. Mergulharei em um oceano profundo, talvez possa me sentir viva, limpa e em paz.A paz essa figura estranha que some das minhas mãos em frações de segundos, tudo indica que ela possa voltar, mas não em breve. Essa leve angústia que sufoca o meu peito, esse choro preso, me vejo correndo entre bosques totalmente sem rumo, nem castelos, vejo apenas lama, sujeira e uma leve neblina. As situações não respiram, elas não sentem, elas não vivem somos apenas vítimas que se encontram solitárias em seu próprio mundo, mundo estranho e confuso. Longe de tudo e de todos nos mostramos frágeis e patéticos, preso a sociedade somos ignorados e corrompidos. Seguiremos em segurança, um dia, apenas um momento para respirar e poder dizer que já não faz mais parte desse mundo.

Corvos iram lamentar nossa partida com margaridas, o som do vento batendo nas árvores será mais calmo, um barulho qualquer, um choro de algum querido e nada mais, porque não somos feitos concreto, não precisamos de muito material em plastificado a nossa volta, precisamos apenas de paz que vem e vai e possa ser que só retorne na partida, mas sem volta.



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Sentirei saudades dos beijos não correspondidos

Dos momentos perdidos

e de uma vida alegre

Pois não os concretizei

Nada foi recíproco

Minha alma flácida, morta e angustiante chora e contempla

O doce desejo que tanto tentei realizar e só com um

leve embalo é que se tornou real

Não estou mais aqui, já não existo

Estou insatisfeito com os tempos onde reinei de forma inconveniente

Não encontro paz nesse asilo, não encontro o amor que julgava existir

Só ouço sua voz e teu choro clamando para que eu volte

Mas nem tudo é como esperamos,

nem tudo é como sonhamos

Apenas não posso mais senti-la como antes

Seja feliz longe de mim.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

coisas ;(


Tudo se torna tão vago quando imaginamos estar em uma situação completamente oposta ao que nós esperávamos que fosse, quando as pessoas mudam de temperamento de forma estranha, quando lares e famílias são retirados de suas posições e transformados em restos insignificantes. Tudo é complicado no mundo do amor, negócios, família, a compreensão torna-se algo imprescindível, a constituição de pequenos retalhos espalhados pelo chão faz cada passo parecer dolorido, esmagador e intrigante. As viagens sonhadas, os sonhos perdidos, a vida esquecida, o passado nunca presenciado apenas memórias, desejos que voam , que voarão e sempre vão ficar presos a alguma lembrança remota e difícil. Como viver é árduo, como tentar ser feliz é ... Tão doloroso e demorado. As lembranças não se apagarão, apenas serão evitadas mas é cedo para julgar, é cedo para pensar, é cedo...é tão cedo quanto tarde, apenas cacos de vidros, vidros e mais vidros perfurando os pés fazendo sangrar e ao mesmo tempo alguém pra dizer que tudo isso vai passar, mudar e nada será como antes. Mas dói, dói, dói saber que nenhuma lágrima fará voltar a ser o que era antes, elas não comovem, elas só liberam dor, cansaço...Eu realmente não quero mais sair de onde estou , prefiro ficar trancada, quieta, sem ninguém, melhor só , talvez eu vá embora, ou nem exista.

terça-feira, 13 de maio de 2008

words ...




A maior alegria de um homem é poder criticar a seu próximo, mesmo que sem fundamento . Nós estamos prontos a nos sentir melhores, superiores e invencíveis, o mundo dos únicos que vivem entre bilhões. Estamos regredindo, sem direção nem pensamentos. O retrocesso é algo inflável que nos faz secar, secar até ser descartado, quando o contrário são postos vários valores irreais sem nosso consentimento ou uma análise mais apurada.

A essência da infância, saudade e amor estão sendo perdidas lentamente no interior dos nossos pensamentos e sentimentos, algo importante facilmente descartado e põe outro no foco em questões de segundos, que imprudência aonde os limites da vida chegaram, aonde iremos?!



Em noites claras sob uivos estrelares, me pego fitando lembrança do abismo inválido que me tornaram imortais em lembranças que nunca passaram despercebidas, aquelas luzes que guiam marinheiros e aventureiros poderão nos mostrar mais que beleza , talvez o tempo surja e no princípio iremos reunir nossas recordações e lança-las ao mar que cobre o céu, e deixá-las partir de nossas mentes corrompidas e senti-las apenas quando necessário.



-Meu dia foi um pouco constrangedor e irritante com uma agradável melhora no fim , espero poder me recompor e viver .Pessoas sem educação o suficiente para entender o seu lugar e limitar o seu espaço em relação a mim me irritam constantemente, perdi parte do meu trabalho de geografia por conta de seres barulhentos que não sabem respeitar a apresentação do próximo e eu como já não estou nos meus melhores dias me irrito com muita facilidade, e depois de tudo e para a aula particular e uma garota sem o mínimo de intimidade me chamar de infantil é super irônico isso, se ao menos esse indivíduo conversasse comigo ou simplesmente não vivesse no seu mundo talvez me entendesse, mas esse comentário me intrigou não por ela, mas afinal ser infantil é realmente uma dádiva de poucos e se chorar ou ficar caladas em determinados momentos for infantil, eu prefiro ser infantil... forçar uma outra personalidade não me faz um ser melhor e sim deprimente , pois não aceita o que realmente é. O fato é que eu devo conter mais minha irritabilidade com coisas supérfluas.

Beijos !