quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Rumo a um novo colégio!

Quando acordamos e nos deparamos com inúmeros reverses nos perguntamos: O que somos?

Havia muito tempo que a manhã não tinha esse gostinho de questionamento sobre a percepção da vida que às vezes chega, às vezes vai... É bom para manter o equilíbrio. Mesmo que a tristeza venha acompanhada desses pensamentos.

Meu quarto está sempre em tons pasteis e bagunçado, gosto desse meu ambiente, remete a um conforto aprazível. Era manhã de domingo. Ainda bem! Nunca um dia da semana havia me deixado tão aliviada quanto esse já que, estava louca para me livrar da escola e todos aqueles momentos catastróficos que me atentaram durante a semana.

A vida não está sendo muito fácil para mim nesses dias. Há dois meses cheguei nessa cidade e sempre que se chega a um novo local existe dificuldade em criar amizades e uma facilidade imensa para inimizades mesmo que você não tenha feito absolutamente nada.

Essa mudança de rotina por veze comprime meu espírito, porém eu não posso ser emancipada agora e ainda dependo extremamente dos meus pais, você entende a minha situação? Espero que sim.

A cidade até que não é tão mal tirando o fato de ser relativamente fria, pois, eu prefiro temperaturas amenas, mas não deixa de ser melhor que o calor que fazia na penúltima cidade em quem minha mãe decidiu morar. Eu não entendo essa obsessão dela por trocas, por vezes me irrita demais. Já discutimos muito, mas sempre sou vencida, destino cruel!

Minha mãe começou essas trocas quando eu tinha aproximadamente oito anos de idade e a princípio eu não me importava, porém já tive que me despedir de inúmeras boas amizades, isso é o mais triste.

Sempre que me encontro em um espaço novo sou obrigada a fazer adaptação mesmo não aturando o comportamento das pessoas locais.

Cheguei neste novo local nas férias do meio do ano. Assim que meu semestre escolar acabou na cidade anterior estávamos com o pé na estrada. Gosto de conhecer locais diferentes, quem não gosta? Mas quando há uma imposição chega a ser cruel. Não tive nem tempo de me despedir decentemente de minhas amizades, mas nós conversamos sempre que podemos pelo Messenger, nas férias era mais frequente, só que com o início das aulas essa semana, o ritmo teve que ser diminuído. Houve um grande choque de horários entre nossas atividades.

Minha cachorrinha Patty está sempre comigo, quando me sinto solitária e melancólica ela chega para alegrar minhas tardes. Quão dócil ela é! Queria ter essa alegria imensa que ela aparenta sentir, e só ficar triste quando está doente, mas as situações tornam-se mais complexas quando se é humano.

O uniforme escolar não é muito bonito, não gosto dessa tonalidade verde, é muito berrante! Mas esse colégio era o mais próximo da minha casa e, para mim, pessoa que detesta acordar cedo e enfrentar trânsito caótico, é perfeito, tais coisas detonam completamente com o meu dia.

Acordei como de costume 06h15min da manhã, saí de casa 06h45min e cheguei à classe 07h00min.

Vocês precisavam ter visto situação, todos, absolutamente todos olharam para mim assim que pus o pé na classe. Achei absurdo! Sentei em uma carteira vazia que havia no fundo e de lá pude observar o comportamento dos meus novos colegas, pelo menos de forma superficial, claro. As meninas possuíam cabelos compridos, neutros e lisos. Os rapazes cabelos curtos. Quanta diferença da minha antiga vida, eu nunca havia visto um ambiente tão monocromático como esse, com certeza, não. Meu cabelo curto com mechas vermelhas deve ter saído do ritmo da vida pacata de todos aqueles jovenzinhos, o que facilitou a feição de susto das crianças. Por um lado eu achei um máximo, me senti ‘A Rebelde’, mas como alegria de novato dura pouco, surgiu o diretor do colégio para fazer a minha apresentação à turma e falar de quase todos os pormenores da vida desta pobre aluna que a mãe havia conversado com ele na semana anterior. Um verdadeiro tédio, me ver exposta dessa forma é algo que me deixa envergonhada. Sorte que acabou imediatamente e pude voltar para a minha carteira.

Com o término da aula o professor dirigiu-se à mim para informar sobre o assunto do semestre anterior e como era o método de ensino dele. Tudo conforme um profissional da área faria só que naquele ambiente simplório, tornou-se motivo de conversas voltadas a minha pessoa. Percebia-se pelos cochichos e olhares. Se ainda soubessem disfarçar...

Assim que o professor terminou de explicar sobre o cronograma de avaliações e derivados, saiu da sala e eu pude finalmente colocar uma música suave no meu Ipod, relaxar e ler um pouco. Queria paz, não gostei dos pequenos atos que observei então me camuflei para eles.

Passaram-se 3 minutos.

Algumas meninas rodearam minha carteira. Observando tal presença retirei os fones e pus-me de forma receptiva a escutar o que pretendiam dizer e elas fizeram inúmeros questionamentos sobre minhas origens, cidades passadas, cor do meu esmalte e o livro que estava lendo.

Era perceptível que por trás do estranhamento que elas sentiam, parecia ter certa curiosidade. Informei-lhe da forma que me foi possível explicar, sem evidenciar muitos fatos e sem comentar coisas que só me dizem respeito. Pareciam realmente alegres e felizes. Loucas para mostrar a nova coleguinha às outras meninas de classe diferente e comentar sobre o quão meu cabelo parecia diferente e da minha coragem de fazer tal coisa com minhas madeixas.

Era essa a vida que minha mãe me expôs, deveria lembrar a ela quando eu chegasse em casa.

Chegando o horário de retornar à sala de aula, algumas delas seguraram em meu braço como se fôssemos amigas antigas e incondicionais. Fizeram questão que eu sentasse próximo.

E assim sucederam-se os dias na semana, cada vez mais afetos exagerados: repartindo lanche, guardando lugar para a minha pessoa, chegavam até a esnobar amizades antigas que possivelmente não significavam nada para elas. O foco do momento era eu, tinham me elevado ao papel de novo brinquedo. Isso tudo até a sexta feira.

Assim que coloquei o meu pé naquela classe nesse dia, umas duas meninas vieram conversar comigo. Elas possuíam um tom sério, mas o assunto não era nada interessante. Perguntava uma delas se eu havia comentado sobre outra garota, ou se eu estava tentando imitá-la. Questionaram se todas as coisas que eu havia dito a meu respeito eram mentirosas e se era verdade que minha mãe havia mudado de cidade pelo fato de eu ter ficado com inúmeros meninos no outro local. Ora, que cultura bestificada! Como diabos elas inventaram tais asneiras? Como elas criaram tantas coisas a meu respeito? Quantas drogas elas usaram até chegar a esse ponto? E o quanto de veneno que elas haviam absorvido da própria língua? Realmente eu não sei, mantive minha postura. Neguei todas aquelas calúnias e fui me sentar.

Durante a aula dezenas de bilhetinhos eram passados entre elas. Alguns chegaram até a mim com perguntas medíocres como ‘Por que motivo você falou de Amanda?’ ‘Disseram que você quer ficar com Carlos só pelo motivo de ter descoberto que ele á namorado de Clara. Como você pode fazer isso?’ ‘ Eu sempre desconfiei de que você fosse uma vadia!’ Era para ser uma brincadeira ou essas meninas eram realmente loucas. Juntei todos aqueles bilhetes e fui ter uma conversa com o diretor. Ele simplesmente disse ‘ Sua aparência é diferente, não estamos acostumados a pessoas, assim, como você. Depois sua presença será aceita entre as suas amigas.’ Amigas? Que diabos de amigas! Que droga de colégio! Isso lá é coisa para se falar? Mas eu disse um ‘ Ok!’. Saí daquela sala com profunda raiva e demonstrando imensa calma.

Uma professora que estava no gabinete dele no momento seguiu meus passos e dirigiu-se a mim, eu não recordava o nome dela e nem a matéria que ela ensinava, mas fiquei muito agradecida com as suas palavras e o fato de ter se importado com a situação. Comentou sobre o aspecto dos integrantes daquele colégio e manteve-me em alerta. Conversei um pouco com ela sobre o fato de não ter feito absolutamente nada e que as mesmas meninas havia me procurado demonstrando amizade e depois surgiram com inúmeras mentiras a meu respeito. A professora escutou atentamente e indicou-me ter paciência, ou preferencialmente sair do colégio e procurar outro. Citou até outras instituições.

Se a minha professora é quem está indicando outras escolhas e acertando nas características daquelas garotas, então quem sou eu para questionar? Senti certo alívio por ter alguém que me compreendesse.

Fui para a classe. As meninas agora nem olhavam mais para o meu rosto. Um ou dois garotos vieram conversar comigo e comentar sobre a atitude delas, afirmando que aquilo era típico e que viviam sempre em brigas e discursões por mentiras inventadas entre elas mesmas.

Resumo que eu tive do dia: Não confie em pessoas que tentam parecer normais, que demonstram profundas amizades instantaneamente e nem no diretor do seu colégio, pois ele vai sempre dizer que está tudo normal.

Terminando a aula daquele dia fiquei esperando minha mãe chegar, enquanto isso, eu fiquei conversando com um daqueles meninos que havia conversado comigo durante o intervalo. Até que parecia legal. Quando de repente surge alguém puxando meu cabelo e fazendo com que eu caísse do banco em que estava. Tentei sair daquele nó louco e o rapaz tentava tirar a pessoa dos meus cabelos. Surgiram alguns funcionários da secretaria que nos levou imediatamente para a coordenação. Era o que faltava para completar o meu dia.

A jovem estava completamente histérica e chorava muito. Eu, que tive meu cabelo destruído e estava parecendo uma vassoura, virada mantive a calma. O rapaz estava com ares de despreocupado.

Comentei sobre o que aconteceu. A menina comentou de outra forma. Tive que esperar minha mãe naquele local com uma advertência logo na primeira semana de aula. Era uma maravilha.

Houve reclamações por parte da minha mãe. Eu entrei no carro dela e expliquei as coisas detalhadamente, ela compreendeu tudo e seguimos.

Entrei em meu quarto joguei a bolsa na cama e fui tomar banho, depois de alguns minutos minha mãe avisa que há uma pessoa do meu colégio me esperando. Depois de me arrumar, vou até a sala para receber a pessoa. Era o jovem da minha sala. Estava com o meu celular em suas mãos, segundo ele, meu aparelho saiu do bolso na hora que a louca começou a me atacar.

Entregou o objeto e pediu desculpas. Eu disse que não havia importância que a culpa da falta de senso dos outros não era dele. Meio encabulado voltou a dizer que a culpa era sim dele, pois havia dito que estava gostando de mim para algumas pessoas da sala e, por ciúmes e amizade as meninas passaram a comporta-se estranhamente.

Fiquei admirada pelo fato de ter sido ignorada por todas as meninas, por causa da fala de um garoto.

Aprendi outra lição no dia: Estou estudando em uma selva com fêmeas loucas e machos babacas.

Ainda bem que hoje é domingo, amanhã é feriado e depois desse evento quem decidiu trocar de ares, não foi minha mãe e sim eu. Rumo a um novo colégio!

domingo, 20 de novembro de 2011

A Casa Branca


Deram-me um martelo e um prego. Em seguida disseram: Corra!

Abri a porta do carro e fui pela estrada. Tempo nublado. Chuvoso.

Eu estava rubra de pavor, mãos trêmulas. Talvez fosse minha última aventura na vida. Apenas seguia na intenção de encontrar o meu destino.

Virei à esquerda quase batendo em um poste, por sorte não atrapalhou meu circuito. Segui direto até encontrar um vilarejo perdido. Encontrei a tão falada casa branca de cerca azul. Era pequena, humilde e lá possivelmente era a resposta para algumas coisas. Ao ver o sinal de um veículo próximo abriram os portões. Havia pessoas guiando sobre o local em que eu deveria estacionar. Estavam com capas de chuva e apenas apontavam com os braços. Não dava para distinguir o rosto.

A garagem era subterrânea havia cerca de 50 carros dos mais diversos tipos e valores estacionados. Fiquei ligeiramente impressionada, mas não havia nada para levar muita consideração.

Estacionei na vaga que restava. Desci do carro. Uma pessoa me esperava naquela espécie de cemitério de máquinas.

Vamos.

Mostrei o prego e o martelo. Perguntei o que faria com tais instrumentos.

Recebi apenas um:

- Guarde consigo.

Já não conseguia sentir meus pés e minhas mãos. Talvez estivesse arrependida. Talvez fosse preferível ser fraca e deixar-me contagiar imediatamente pela loucura que havia atingido o resto da população. Mas o que é loucura? Eu necessitava de paz, porém ninguém parecia mais deseja-la. Agora estava caminhando entre carros, em um estacionamento desconhecido, com pessoas que nunca havia visto antes e que lutavam por algo que nem sabia das consequências.

Subimos pelo elevador. Eu mantinha meus olhos presos no chão. Tinha receio de desvendar aqueles rostos, ou que o meu fosse desvendado. Não queria, talvez, ficar mais vulnerável do que já me sentia.

O elevador parou. Ele saiu e eu continuei seguindo.

Pediu para que eu mantivesse a calma que tudo ficaria bem.

Eu apenas consenti sem levantar a cabeça. E continuei o seguindo olhando para os seus pés.

O piso da sala era branco.

Finalmente tomei coragem para olhar o que havia naquele local.

Não havia janelas. Ainda estávamos em algum andar abaixo do solo. As paredes eram igualmente brancas e algumas almofadas de cores berrantes e colchões faziam parte da decoração.

Sentei-me em alguma delas por impulso e contraí meu corpo o máximo que pude.

Ouvi vozes entrando do ambiente.

V1 - Olha só essa aí era a que faltava?

V2 – É sim. Fui busca-la agora no estacionamento. Chegou e sentou.

V3 – Não assustem a menina com esses comentários. Vocês também ficaram meio assustados.

V1 – Assim?! Tsc...

A terceira voz aproximou-se de mim e perguntou:

- Trouxe os itens?

Eu – Sim.

V3 – Cadê?

Retirei o martelo e o prego da minha blusa e entreguei. Finalmente olhei para aquelas pessoas. Vestiam-se diferentemente. Fugindo completamente do padrão visto das ruas, chegava a ser excêntrico.

V3 – Seu nome vai ser Girassol. E não nos diga sua identidade original. Ninguém aqui está muito interessado. Meu nome é Tulipa e seja bem vinda. Se você está aqui é pelo motivo que de alguma maneira foi escolhida e quem passou as ferramentas, sabia o que estava fazendo. Agora vá trocar de roupa e chega de neutralidade. Assuma sua personalidade.

Eu, agora Girassol, segui a Tulipa no vestiário. Meu humor oscilava, não sabia se iria poder variar muito nas roupas, não sabia se teria meus remédios novamente. Então busquei vestir-me com alguma coisa que não sentisse repúdio posteriormente.

Botas pretas. Cabelo amarrado. Franja de lado. Vestido azul. Aplique vermelho no cabelo. Casaco preto. Dois tutus verdes embaixo do vestido. Até que não estava sendo tão ruim. Parecia uma boneca de terror.

Tulipa olhou, olhou...

- Até que faz sentindo. Vou apresentar você aos outros integrantes.

Fomos para a sala e lá havia mais quatro pessoas.

- Apesar de ter 50 integrantes, dividimos por grupos. É mais saudável. Disse-me.

Ficamos paradas por um tempo e ninguém se manifestou. Até que Tulipa, com sua voz macia e maternal, quase gritou.

- Minhas flores apresentem-se!

Sinceramente, eu não entendia absolutamente nada. Havia um clima de tensão espalhado pela cidade e todos ali agiam como se nada tivesse acontecendo.

Meu nome é Gardênia, levantou-se um rapaz de 1.70 de altura, usando roupas berrantes em tons de roxo e verde.

Meu nome é Cravo, era uma menina de seus 17 anos com roupas brancas, boca vermelha e cabelos pretos. Segurava a mão de Gardênia.

Inusitadamente alguém me segurou pelos ombros e disse. Tente adivinhar quem sou.

- Como eu poderia adivinhar?

- Menina sem graça. Eu sou o Lírio. E eu me visto de lilás e branco só para mostrar como sou uma pessoa suave.

Ele passava suas mãos geladas pelo meu queixo e pescoço.

-Suave?

- Não me questione.

Um rosto feminino surgiu de um ambiente escuro da sala.

- Eu sou a Rosa.

Rosa era uma mulher ruiva, extremamente linda. Vestia-se de vermelho. Estava sentada em um canto. Fumando. Apagou o cigarro. Levantou-se e veio me cumprimentar. Não dê importância. Estamos todos loucos.

Venha. Vou mostrar para você a realidade das coisas por aqui. A Tulipa é uma mentirosa.

Tulipa - Não confunda a cabeça da novata.

E eu a segui pelos corredores daquele estabelecimento.

Ela me indicava os ambientes como se desfilasse no ar.

- Ali fica o refeitório. Aqui os banheiros. Lá o salão de descanso. Às vezes podemos passear no parque. Outras não.

- Mas me disseram que aqui seria o campo de treinamento. Está havendo uma conspiração lá fora e ninguém faz nada?! Como vocês podem fazer isso? Agir de tal forma! Como admitem tal atitude?

Fiquei irritada e nervosa. Comecei a procurar uma saída naquele local. Deveria ter alguém com consciência que explicasse a todos que deveríamos salvar o mundo!

Corri pelos corredores gritando. Declamando todas as minhas indignações sobre o mundo. Quando dei por mim, pessoas dos outros quartos estavam na porta observando a situação.

Rosa continuou parada, encostada na parede, e rindo. Ela levava outro cigarro aos lábios.

Dois homens surgiram tentando me segurar.

Continuei a gritar a tentar livrar meu corpo daquelas mãos.

- Eu não quero ficar aqui! Eu não quero! – Continuava a gritar. Chorei. Sentia-me humilhada e vencida.Foi quando percebi que recebia uma injeção.

Tonta e com a cabeça pesada acordei. Em um quarto menor que o anterior, deitada em uma cama.

Meus colegas de grupo esperam. Cravo, Rosa, Tulipa, Lírio e Gardênia.

Quando perceberam meus movimentos foram mais próximo e espalharam-se ao redor como quiseram.

-Está bem, bonequinha? Disse Tulipa. Até que não dói tanto, não é? Depois você acostuma-se. Continuou.

-Não tente fugir, vai ser pior. Disse Cravo, colocando uma balinha de morango em minha mão.

Eu, Girassol, fiquei muito triste em saber onde estava. Não consegui entender muita coisa. Estava tonta com a medicação. Não sabia quem eram eles. Apenas compreendi que não tinha mais minha vida.

Lírio - Aqui é um centro de recuperação, Florzinha.

Rosa – Você não está louca. Eles só não nos querem por lá. Escondem-nos e vivem da maneira que querem. Você descobriu coisas que não era para se saber, agora irá arcar com as consequências.

Tulipa – Não assuste a menina!

Rosa – Todos nós passamos por isso. Logo ela irá se habituar.

Com um aperto no coração, algumas lágrimas tornaram-se inevitáveis. Recebi alguns abraços. E fomos para a sala branca novamente.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Relações humanas


Cada indivíduo tem um universo em si. A consciência de tal unidade revela-se em diversos estágios, estágio esse podendo ser também em diversas idades. Saber de si, julgando ter consciência, mesmo não existindo de forma ideal e elevada de tal maneira que o deixe em paz e próximo do que lhe é realmente útil, é uma batalha árdua que merece uma força incessante. Porém, pensar sobre: ser e deixar de ser, não é cultuado como deveria. Cada um, realmente, tem um propósito de vida e de acordo com alguma motivação... Quem é o indivíduo que poderá julgar outro cidadão, composto da mesma carne e osso como ele, superior ou inferior? Tal ocorrido só revela a insignificância maior de sua existência que por não assumir-se, esconde-se em verdades ilusórias.

A alegria de uma pessoa está acima de qualquer desejo e vontade, se a vida é única e deve, com certeza, ser plena. Qual o motivo de tanta frustração para os desejos e vontades alheias? Qual o motivo de tamanha revolta? O ser humano deve sim fazer o que lhe é apraz, porém, obter recursos em detrimento do sofrimento e constrangimento do outro é uma barbaridade sem justificativa.

Perde-se muito tempo com causas ínfimas e em criticar outrem. No lugar de edificar-se, situações banais tornam-se mais atraente. É a sina de quem é infeliz e deseja que os outros o sejam com seus atos.