quinta-feira, 31 de maio de 2012

A situação Humana - Aldous Huxley

Existem algumas postagens em um outro blog abandonado que eu tenho que são proveitosas para o conteúdo desse espaço. Como estava querendo falar de um livro, mas estou resfriada e cheia de coisas para estudar resolvi colocar o texto aqui. Espero que vocês, meus queridos leitores, gostem.

Minha profundidade no assunto Huxley é quase zero, já que dele li somente Admirável Mundo Novo. Há meses eu estou (enrolando) lendo - A Situação Humana - que é um apunhalado de conferências que esse escritor fez nas universidades dos Estados Unidos. Eu não sou muito de investigar a vida dos autores por impulsão ou para imaginar que eu posso ser ele, quero ser ele, ou tentar me aparecer, jamais, o que sei eu vou absorvendo aos poucos, até pelo motivo de não querer me estender na vida de outrem e esquecer da minha própria.
Voltando ao assunto que post deve ter, ou seja, o efeito do livro em mim. Devo agradecer a Huxley profundamente, apesar de ser contrária a algumas coisas ditas na obra não é nada que interfira na maestria de suas palavras e na pessoa que ele demonstrou ser. O livro guiou-me perfeitamente, e ainda guia, as mais diversas situações pois é comum esquecer de determinadas ideias coerentes com tanta informação ignorante que nos é empurrada. Os capítulos são ricos e recheados dos mais diversos assuntos que vão desde o destino da humanidade como a origem da mesma. Ele era um homem sábio e convicto de suas ideias, ou seja, convicto de que não poderia estreitar-se em um conhecimento apenas, afinal, isso é um suicídio para uma existência, viver focado em apenas uma coisa e reter somente aquele conhecimento.
No dia-a-dia somos levados a nos aprimorar cada vez mais e deteriorar outras habilidades agradáveis que poderíamos ter e usufruir fazendo com que nos tornemos extremamente limitados. Eu sou contrária a essa experiência que fazem conosco. Podemos aprender o que quisermos em qualquer área, é somente ter força de vontade. Quem disser que não consegue ou não pode,desculpe, mas para mim não passa de um covarde ou um fraco, pois a dimensão humana para realizar as coisas é imensa e aprender é questão de atitude. Se sabemos mais sobre determinado feito é pelo simples e mero detalhe de que fomos guiados a aprender aquilo desde nossa infância, mas podemos começar qualquer outra coisa a partir do agora.
Aldous Huxley
Segue um trecho que eu achei maravilhoso:
"Passemos agora da moral à politica. Aqui, vemos imediatamente que a maioria das pessoas envolvidas na corrida armamentista consideram utópica qualquer outra alternativa. Mas, afinal de contas,não estarão elas sendo um pouco utopistas? Uma política que todos admitem que é uma política para uma destruição total não será utópica? Todos se dizem realistas, mas eu diria que são realistas utopistas. São realistas quanto aos meios que empregam - nada mais realista como abordam o problema da arma absoluta e de como empregá-la - mas nada poderia ser menos realistas do que os fins propostos, porque não há em vista senão o fim da raça humana. Por outro lado, o idealista utopista vive na estratosfera, implora a todos que sejam bonzinhos e ajuizados, mas não oferece um método prático de implantar essas boas ações. O que precisamos é de uma espécie de idealismo realista, ou realismo idealista, que ofereça alguma proposição sensata e torne possível transferir o conflito a outro nível, que não envolverá tantos horrores."
Aldous Huxley - A situação humana - Parte da conferência: Gerra e Nacionalismo.
A obra foi escrita no clima tenso de Guerra Fria e, por todo o seu teor e alusão a prioridade ao real conhecimento, não podemos negar que nossas vidas ainda encontram-se entrelaçadas e sempre estarão entrelaçadas ao passado. Há inúmeras coisas que o homem vive, mas não aprende e, pior ainda, persiste no erro de forma autoritária possuindo brilho nos olhos como se fosse mister em algo. Certas coisas não passam de bizarrices.

7 de dezembro de 2011

P.S.: Quando estiver com mais imaginação farei um post com o meme que a Aline do Crônicas de Alien me indicou. Achei muito legal as palavras que ela utilizou para fazer referência ao meu blog (obrigada ;} ), mas eu o acho mais louco que pirapora (faz sentido?). Não sintam-se intimidados, afinal, nem eu nem esse espaço somos tão cheios de regras - I think.

4 comentários:

Folheando Pensamentos disse...

Anteontem,eu tive uma espera de duas horas para assistir uma aula ( efeito da greve das universidades) e um amigo meu falava sobre Huxley e eu nunca tive a oportunidade de ler nenhuma obra dele.Então , ele resolveu ,e emprestar o Admirável Mundo novo em espanhol.Agora que li seu post, vou pegar como um incentivo a mais para ler...este semestre ando pra lá de enrolada com meus livros.

Marina Menezes disse...

Concordo com o autor do texto, que podemos aprender o que quisermos, basta ter força de vontade.

Aline disse...

Hey, obrigada! Você se propôs a fazer o meme! Fico muito feliz e acho que fui apenas ignorante demais, ou limitada, achando que você não toparia fazer isso. Mas deve ser pelo motivo de estarmos nos conhecendo, ainda :).

Aldous Huxley, você, e as ideias de ambos só me fazem concordar. Eu sempre pensei como vocês no tocante a ideia totalmente questionável de "aprimorar cada vez mais e deteriorar outras habilidades agradáveis". Eu mesma procuro desenvolver tantas habilidades quantas forem possíveis. É claro que não posso dizer que sou excelente em todas, e nem em nenhuma, infelizmente, mas estou no caminho, quero melhorar em todas elas, mas confesso que em algumas realmente nem me importo tanto em me especializar, só de conhecer diversas áreas já fico mais próxima do que quero, que é não me limitar ao sistema, já que não me adéquo a esse modelo imposto (ou pelo menos não quero ser tragada).

Hoje você me ensinou a não duvidar das pessoas, nem só esperar delas o óbvio. Afinal, as pessoas estão a todo momento nos surpreendendo.

Estou ansiosa pelas suas respostas do meme ;).

Grande beijo, Roberta! <3

Mauro disse...

Venho acompanhando as suas leituras, momentos onde você compartilha comigo algumas passagens que mais te agradaram. Gosto desses momentos, e é evidente tudo de bom que todas essas leituras passaram a acrescentar em sua vida, pois a cada dia você se torna uma pessoa melhor.
O Huxley é o tipo de leitura capaz de elevar os mais nobres sentimentos humanos. ainda não tive a oportunidade de folheá-lo, mas assim que puder o farei. Suas críticas estão ficando cada vez melhor, estão conseguindo despertar muito bem o interesse por cada obra tratada.
Grande beijo!!