domingo, 16 de novembro de 2008

Sépia

E Androceu estava agonizando, gritando e temendo em busca de uma solução. Quem ousou passar por aquele local no mínimo sentiu medo. Era entristecedora a situação. Vestido com farrapos, em um canto sujo de um local abandonado, iluminação precária. Tons em sépia, era assim que seguia a tua vida. Seu olho esquerdo cego, sua leve demência incomodava os que se julgavam mais racionais, porém era dócil, simplesmente dócil. Assustava-se por qualquer movimento sutil, havia sofrido, não sei o quanto, mas para alguém chegar a esse estágio creio que tenha sido o bastante. E teus olhos suplicavam ajuda, as pessoas o julgavam, estava morto. Sua vida, sua história, nada tinha significado. Não entendia como havia chegado ali, não sentia alegria, ou simplesmente nem sentisse, talvez não tentasse sentir para não sofrer mais. Mas fingia seguir e continuava se arrastando. Parou na esquina, encostou-se na parede, alguns ratos passando dentre as tuas pernas e atirou-se no meio da rua. Nenhuma lágrima, nenhum enterro. Apodreceu sob o sol, tornando-se presa de urubus.

2 comentários:

Amanda de Santana disse...

velho...você fudeu com tudo.AMEI.
Por acaso,eu tenho um blog também (:

Unknown disse...

*-*
foda o post ;O
tu escreve bem pra carai meu